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Pai de bebê desaparecido é preso por homicídio

 

A polícia descobriu que Paulo César Alves Santos tinha mandado de prisão.
Ele confessou o homicídio e disse não ter envolvimento com sumiço da filha.

O pai da menina Laila Dias Santos, de 9 meses, que foi levada de dentro casa no dia 29 de outubro, em Matinha, região de Vitória da Conquista, foi preso nesta terça-feira, 6, após a polícia descobrir que ele tinha um mandado de prisão preventiva em aberto, por um homicídio cometido em 2006.

O ajudante de pedreiro Paulo César Alves Santos, vulgo “Goia”, foi capturado e contou à polícia que não teve envolvimento com o desaparecimento da filha. O delegado Odilson Pereira, titular da 10ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), não descartou a possibilidade e solicitou que as investigações do crime sejam incluídas no inquérito do desaparecimento.

De acordo com a polícia, Paulo César se mudou para o distrito de Matinha há cinco anos, para se esconder, após matar a facadas Carlos Roberto Silva Santos. Na delegacia, Paulo César confessou o crime e contou que cometeu o homicídio porque a vítima havia tentado lhe roubar uma bicicleta.

Ele foi capturado na casa de sua mãe, onde se escondia desde que a filha Laila foi levada de casa. Ao negar o envolvimento no crime, ele contou à polícia que recentemente um morador da localidade de Matinha, de nome não revelado, revelou interesse em adotar a criança, que permanece desaparecida. Paulo César foi encaminhado ao presídio Nilton Gonçalves, em Vitória da Conquista, onde deverá aguardar julgamento. Ele será julgado por crime de homicídio.

Mudança de casa
Por temer que o fato possa acontecer com os outros filhos do casal, a família da menina Laila Dias Santos decidiu deixar a casa onde morava. Eles foram para Vitória da Conquista até que as investigações da polícia sejam concluídas.

Na localidade de Matinha, as famílias estão preocupadas e com medo de deixarem seus filhos nas ruas. A dona de casa Graciene Santos tem três filhos e fala da sua preocupação após o ocorrido com os vizinhos. “Eu não deixo minhas crianças soltas mais para nada”, pontua. O medo é também relatado por Rosileide de Jesus. “Nunca aconteceu isso aqui, e de repente, acontece. Então, é da gente fica com medo e revoltado”, diz.

O delegado Sulivan Carvalho, responsável pelas investigações, diz que ainda é cedo para tentar levantar hipótese sobre o caso. A Polícia Civil faz diligências na região desde o dia 29 de outubro, juntamente com agentes da Polícia Rodoviária Federal, nas buscas de pistas que levem até a criança.

Bebê de nove meses é levado de casa por homens no sudoeste da BA (Foto: Reprodução/TV Sudoeste)
Por medo, família decidiu mudar de localidade da Matinha (Foto: Reprodução/TV Sudoeste)

Desaparecimento
A mãe da criança conta que foi buscar água em um local próximo, quando um homem aproveitou para arrancar o bebê dos braços do irmão, de 8 anos.

“Fui pegar água. Coloquei ela para dormir alí e ele [filho] chegou da escola. Ele disse que foi na hora que uma pessoa entrou aqui dentro, pegou ela e saiu correndo. Ele ficou com medo de me falar”, diz Elisabete Dias, mãe da menina.

De acordo com familiares e vizinhos, o pai do bebê não estava em casa quando a menina foi levada. Homens teriam chegado ao local em um carro vermelho e uma moto amarela estaria dando cobertura. Uma menina de nove anos diz que chegou a conversar com o sequestrador minutos antes do bebê ser levado.

“Eu ia buscar um irmão que ia para a roça com minha mãe, aí passou um carro vermelho e [um ocupante] pediu água. E a moto [chegou]. Aí eu fui buscar, na hora que ele terminou de beber, ele mandou eu botar meu irmão dentro do carro e eu não botei. Ele falou que é só ele me encontrar na estrada, que vai me matar”, conta a garota.

A tia do bebê, que preferiu não ser identificada, acredita que o crime tenha sido encomendado.  Ela relata que um dia antes do fato, tentaram arrombar janela da casa onde o irmão dela morava com os filhos. “Sabiam que meu irmão não estava em casa e forçaram a janela, desde ontem à noite forçando, sabiam que ele tinha ido para Conquista. E de manhã cedo, tinha alguém rondando a casa”, disse.

“À medida que fomos informados da ocorrência, nos deslocamos em duas viaturas até a localidade de Matinha, uma terceira viatura ficou cobrindo os acessos da rodovia para a localidade. Fizemos uma varredura na zona rural, nos acesos, nos desvios, mas infelizmente não conseguimos identificar nem localizar o possível autor, nem a criança”, afirma José Ramalho, inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF).