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Programa de rádio “Café com a Presidenta”

Programa de rádio “Café com a Presidenta”, com a Presidenta da República, Dilma Rousseff

Rádio Nacional, 04 de novembro de 2013

Luciano Seixas: Olá, bom dia! Eu sou o Luciano Seixas e começa agora mais um Café com a Presidenta Dilma. Bom dia, presidenta!

Presidenta: Bom dia, Luciano! E bom dia para você que acompanha a gente aqui no Café hoje!

Luciano Seixas: Presidenta, a gente tem notícia todo dia da chegada de médicos às periferias das grandes cidades e aos pequenos municípios do interior do país para atender a nossa população. Conta para a gente aqui como está o Programa Mais Médicos?

Presidenta: Olha, Luciano, é uma grande alegria falar sobre o Programa Mais Médicos, porque esse programa é o pacto pela saúde pública se tornando realidade e melhorando a vida das pessoas. Você deve lembrar, Luciano, que, em junho, eu propus aos governadores e aos prefeitos um pacto pela saúde e para ampliar o acesso e melhorar a qualidade dos serviços que se oferece à população. Pois é, para tornar esse pacto realidade, Luciano, nós estamos combinando dois esforços. O primeiro, nós estamos acelerando os investimentos em obras, a compra de equipamentos para postos de saúde, para as UPAs e para os hospitais. Segundo, nós estamos levando mais médicos para atender e dar atenção a nossa população. Até o final dessa semana, Luciano, nós vamos ter 3.664 médicos atuando junto de quem mais precisa. Eles já começaram a chegar às periferias das grandes cidades, das médias cidades, ao interior, ao Norte, ao Nordeste, atendendo também distritos indígenas e a nossa população quilombola. A partir do final desta semana, Luciano, são mais de 12 milhões que serão beneficiadas com esses novos profissionais.

Luciano Seixas: E ainda mais médicos vão chegar, não é, presidenta?

Presidenta: Ah, vão sim, Luciano. Além destes mais de 3.600 médicos que eu estava te falando e que já estão nas comunidades ou que, até o final desta semana, já começam a atender, mais outros 3 mil médicos vão chegar o Brasil até o final deste mês de novembro. Eles vão se somar àqueles médicos que chegaram em julho e setembro e vão atender a população mais desassistida do Brasil, que não tinha acesso a médico permanentemente. Sabe, Luciano, até o final do ano de 2013, nós teremos cerca de 6.600 médicos do Programa Mais Médicos atendendo a população, e isso equivale a um atendimento, aproximadamente, a 23 milhões de pessoas. Veja bem, hein, Luciano, 23 milhões de pessoas. E tem mais, nós não vamos parar por aí, não. Em dezembro, será feita uma nova chamada do Mais Médicos e nós daremos, então, oportunidade aos médicos brasileiros que se formam nesse final de ano de participar deste programa e contribuir para a saúde do povo brasileiro. Estamos mantendo, em todas as chamadas, o mesmo critério: só as vagas não preenchidas por médicos formados no Brasil serão oferecidas aos médicos formados no exterior. Vamos continuar abrindo chamadas até atingir o nosso objetivo, que é, aproximadamente, o de levar 13 mil médicos para todo o país até o final de março do ano que vem. E, quando a gente chegar nesse número, Luciano, o Programa Mais Médicos estará levando saúde e atendimento a mais de 46 milhões de pessoas. É muita gente, Luciano! Para você ter uma ideia, 46 milhões de pessoas equivale, aproximadamente, à população toda da Argentina. E essas pessoas, Luciano, não tinham nenhum médico para prestar atendimento, para dar uma receita, para avaliar uma doença.

Luciano Seixas: É muito importante ter um médico perto de casa, não é, presidenta?

Presidenta: Ah, Luciano, só é, é importantíssimo. O médico do posto de saúde cuida da Atenção Básica, que é aquele atendimento do cotidiano, do dia a dia. Quando o atendimento na Atenção Básica é bem feito, para você ter uma ideia, 80% dos problemas de saúde são resolvidos ali mesmo, no posto de saúde. E o que significa isso, Luciano? Significa mais saúde para a população, é menos fila nos hospitais, é menos filas nas Unidades de Pronto Atendimento e é um Sistema Único de Saúde, o nosso SUS, melhor na sua qualidade. Veja você, Luciano, o exemplo da Dona Alaíde, de Formosa, cidade de Goiás, que fica aqui no entorno de Brasília. A Dona Alaíde, ela tem 75 anos e é diabética, como muitas pessoas nessa idade são. Ela mora em frente ao posto de saúde Jardim Bela Vista, mas não tratava a diabetes lá, sabe por que, Luciano? Porque lá no posto de saúde em frente da casa dela nunca tinha médico. Veja que absurdo, mesmo morando em frente a um posto de saúde, ela tinha de buscar o atendimento em outro lugar.

Luciano Seixas: Que coisa, hein, presidenta?!

Presidenta É isso aí, Luciano, que coisa! Mas, hoje, a vida dela mudou. Há dois meses, o Mais Médicos levou a Dra. Fabíola Silva para atender no posto em frente à casa da Dona Alaíde. A Dra. Fabíola é brasileira, formada em medicina no exterior. Quando soube do Mais Médicos, a Dra. Fabíola não perdeu tempo, fez a inscrição no programa e foi para Formosa. Ela contou para a gente, Luciano, que o posto Jardim Bela Vista é novo, tem menos de dois anos, mas estava sem médico há seis meses. Veja bem, Luciano, seis meses. Então, quando a Dra. Fabíola chegou lá, encontrou a população desassistida, havia grávidas sem fazer o pré-natal, pacientes, como a Dona Alaíde, sem acompanhamento médico, crianças que não tiveram um atendimento adequado. Mesmo com essa enorme tarefa pela frente, a Dra. Fabíola está animada, porque está dando a sua contribuição para melhorar a saúde pública do nosso país.

Luciano Seixas: Que história bacana, presidenta! Como está sendo a reação das pessoas à chegada dos médicos nas comunidades?

Presidenta: A reação, Luciano, está sendo muito boa, até porque os médicos, ao chegarem, já foram avaliados, já conhecem a realidade das doenças, conhecem a rede de hospitais, o Samu e as UPAs. É muito importante que os médicos conheçam a realidade da região onde irão atender e, também, a partir daí, que eles comecem a se sentir em casa. É importante também que ele esteja próximo das pessoas. Olha essa história, Luciano, que vem lá de Afogados da Ingazeira, no interior de Pernambuco. Quem chegou lá para atender no posto de saúde da cidade pelo Mais Médicos foi a Dra. Mirta. Ela é cubana e, de cara, conquistou a comunidade, porque dá muita atenção a cada um dos seus pacientes. Um deles é o Sr. Diocleciano Brito, que gostou dela logo na primeira vez que foi atendido. A Dra. Mirta faz um exame completo em cada um dos seus pacientes, pega no braço, mede pressão, escuta o coração, olha tudo, dá atenção ao que o paciente tem para contar. E tudo isso, Luciano, sem pressa nenhuma. Para o Sr. Diocleciano, que sofre de uma doença no coração, ter um médico lá perto da sua casa é um alívio sem tamanho.

Luciano Seixas: Presidenta, no Programa Mais Médicos, tem proposta para aumentar a formação de médicos no Brasil, não é?

Presidenta: Olha, Luciano, tem sim. Nós vamos formar mais médicos no Brasil porque queremos que mais jovens brasileiros possam transformar em realidade o sonho de estudar medicina. Serão 11.500 novas vagas de graduação em medicina até 2017. Quase metade dessas vagas serão abertas no Norte e no Nordeste, que são hoje as regiões mais carentes em profissionais médicos. Outra coisa importante, Luciano, é que nós estamos ampliando as vagas em residência médica, que é aquele período em que o médico se especializa. Serão 12 mil vagas até 2017, 5 mil das quais até 2015. Nós já elegemos as especialidades mais necessárias, que são aquelas em que há falta de profissionais no Brasil, como pediatria, ginecologia, neurologia, anestesiologia, ortopedia e neurocirurgia, por exemplo, Luciano. Nós precisamos formar mais médicos no Brasil garantindo que todos os formandos tenham a oportunidade de fazer residência se assim o desejarem. Sobretudo, Luciano, é importante que essa especialização se dê nas áreas que a população necessita.

Luciano Seixas: Entendi. Agora, além do aumento no número de médicos, a senhora falou que os investimentos nos postos de saúde também fazem parte daquele pacto pela saúde que a senhora propôs.

Presidenta: Fazem sim, Luciano, porque médico e posto de saúde são duas coisas que precisam andar juntas. Veja só, Luciano, em parceria com os municípios, nós já concluímos as obras em mais de 4 mil postos de saúde em todo o país. Agora, estamos fazendo obras de ampliação e de reforma em outros 16.700 postos de saúde, e estamos construindo mais 6.200 postos novinhos em folha. Temos posto sendo construído e reformado em tudo que é canto desse imenso Brasil, Luciano. Isso significa muito mais saúde para o povo brasileiro. E nós vamos seguir firmes nesse caminho, porque queremos fazer cada dia mais pela população de nosso país.

Luciano Seixas: Muito bom, presidenta. Agora, infelizmente, o nosso tempo chegou ao fim. Obrigado por mais esse Café.

Presidenta: Obrigada, Luciano. Uma boa semana para você e para os nossos ouvintes. Até a semana que vem!

Luciano Seixas: Obrigado, presidenta. Você encontra o Café com a Presidenta lá na internet, no site www.cafe.ebc.com.br. Nós voltamos na próxima segunda-feira. Até lá!