Monitores conquistenses aderem a paralisação
Na discussão realizada em assembleia, os monitores abordaram o fato de estarem sendo permanentemente ameaçados pela Secretaria Municipal de Educação, que não os reconhece como profissionais da educação e não aceitam que participem das atividades promovidas pelo SIMMP. Mesmo com a Constituição Federal assegurando que é direito do trabalhador decidir em qual sindicato queira estar associado.
“Os monitores deram hoje uma demonstração de consciência política, quando repelem as ameaças da prefeitura de Vitória da Conquista, que quer dar falta e inibi-los de participar das assembleias, que é direito de todo trabalhador. Está no artigo oitavo da Constituição, escolher que entidade o representa e participar das mobilizações. Então, nós votamos aqui a adesão ao movimento nacional, encabeçado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e, efetivamente, estaremos utilizando esses dias para chamar a cidade a fazer uma reflexão sobre os maus tratos que vem passando os Profissionais da Educação”, afirmou a presidente, Geanne Oliveira.
Além disso, mesmo exercendo uma função tão importante para a educação, tais profissionais trabalham em condições precárias e não são devidamente valorizados. Os monitores atuam com alunos da educação infantil, exercendo atividade pedagógica. Entretanto, possuem uma jornada extensa de trabalho, as creches não são devidamente estruturadas e os materiais são escassos.
Como se não bastasse, não existe sequer a intenção do governo de elaborar um plano de carreira para o grupo, instrumento que oferece ao trabalhador o suporte e condições necessárias de desenvolvimento profissional. Por esse motivo, este ano o SIMMP levantou a bandeira em prol da carreira dos monitores.
“Eu peço aos colegas valorizem o sindicato, porque eu vi a garra com que a diretoria e toda a comissão nos defendeu na mesa de negociação com o governo”, afirmou Joseane Santos, representante dos grupo na comissão de negociação da campanha salarial.
A adesão à paralisação foi aprovada por unanimidade pelos monitores, que farão manifestações durante os três dias.
Para Ilvanete Santos, da creche Vivendo e Aprendendo, esse movimento será fundamental para que todos entendam a necessidade de reconhecimento do monitor. “Nós precisamos ser reconhecidos como Profissionais da Educação, sobretudo pela SMED, até porque, nós temos relatório para fazer, caderneta para preencher, tudo o que é função de professor eles mandam para que a gente também faça, no entanto, não nos reconhece como profissionais da educação”, desabafou.
Também a monitora Isaura Cristina Costa, da creche Vivendo e Aprendendo, afirmou-se entusiasmada com participação e empenho da categoria. “Hoje, eu vi muitas falas interessantes, de pessoas que estão dispostas a lutar. Nós temos mesmo que estar fortes e unidos nesses dias três dias, que é em prol da nossa valorização. O monitor está na sala de aula, mas não é reconhecido pelo trabalho que desenvolve e é um trabalho suado. Então, nós precisamos mostrar a nossa cara para a sociedade para que ela também entenda as nossas necessidades”.
A agenda de atividades que serão desenvolvidas nos três dias está sendo organizada pelo sindicato e, em breve, será divulgada.