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Vitória da Conquista realiza ação no Dia Mundial de Diabetes

Hoje, no Brasil, há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com diabetes, o que representa 6,9% da população. E esse número está crescendo. Em alguns casos, o diagnóstico demora, favorecendo o aparecimento de complicações. Pode ser que você ou alguém próximo tenha diabetes. Saiba mais e aprenda a conviver bem com a doença, transformando-a em mais um motivo para cuidar da saúde.

O mês de novembro, chamado de Novembro Azul, tem nesta segunda-feira, 14, Dia Mundial de Diabetes, um dos pontos altos da campanha de conscientização sobre a doença, que vem sendo realizada no mundo inteiro, e em Vitória da Conquista, médicos, empresários, profissionais de saúde de todas as esferas, se unem para grandes ações no mundo inteiro, chamando a atenção da população para o grave problema da diabetes.

Através de parcerias com a iniciativa privada, a sociedade civil está organizando intensa movimentação, quando as pessoas devem usar camisetas e bonés próprios da campanha, no tom de azul, além de blitzes, corridas, passeios de bykes, palestras em escolas e atendimento à população em praças públicas.  Vários monumentos, inclusive o Cristo de Mário Cravo, serão iluminados com o tom de azul, marcando a data.

A campanha publicitária está sendo produzida pela agencia Mangalô Publicidade, leia-se Rafael Ladeia e deve invadir a região nos próximos dias.

Saiba mais

Diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. Mas o que é insulina? É um hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue. O corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose, que obtemos por meio dos alimentos, como fonte de energia.

Quando a pessoa tem diabetes, no entanto, o organismo não fabrica insulina e não consegue utilizar a glicose adequadamente. O nível de glicose no sangue fica alto –  a famosa hiperglicemia. Se esse quadro permanecer por longos períodos, poderá haver danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.

 A Sociedade Brasileira de Diabetes tem incentivado, desde 2007, a ideia de iluminar de azul, para marcar a data do Dia Mundial do Diabetes, alguns monumentos de várias cidades espalhadas pelo país. A iniciativa, lançada pela International Diabetes Federation, foi abraçada pela Sociedade, que se tornou uma das que mais participa da ação. Já no primeiro ano, centenas de locais aderiram à ideia e em 2008 o número de monumentos – dos mais famosos a luzes de residências – se somaram ao projeto. Não há mais dúvidas do sucesso da campanha. A mobilização é geral: população, governos, entidades, empresas privadas e o sucesso foi absoluto.

População de idosos  

Idosos podem apresentar, por conta mesmo da própria idade – e não por causa de doenças – sintomas como perdas cognitivas e de memória; diminuição da atenção e concentração; sintomas depressivos; queda da autoestima; sentimentos agressivos que podem vir em função da limitação ou perda das condições físicas.

Por isso só, o idoso doente já não é um paciente comum. E essa faixa etária de pacientes só tende a aumentar. No Brasil, 13,7% da população é idosa, isso é, aproximadamente 28 milhões de pessoas (IBGE). Com aumento da expectativa de vida, já se fala até em 4Idade (dos 80 aos 100 anos).

A psicóloga Lecticia Rapôso, sócia da clínica EntreSeres, falou, no 2º Congresso Regional de Diabetes do Rio de Janeiro, com apoio da Sociedade Brasileira de Diabetes, sobre a diferença no atendimento do idoso com diabetes do atendimento a pacientes de outras faixas etárias.

Claro, não existe uma forma só de envelhecer e, este processo recebe influências dos padrões de cada um.  Mas o envelhecimento bem-sucedido envolve autonomia, bem- estar psicológico, estratégias de enfrentamento e capacidade produtiva.

Quando durante o envelhecimento surge o diabetes, que é uma doença crônica, isso é, que não tem cura, e sim um tratamento contínuo, o idoso sofre outras transformações, além daquelas advindas da idade: o adoecimento e o envelhecimento se confundem; o sentimento é maior de aceitação, podendo ser um bom gancho para um tratamento bem-sucedido; mais uma perda ou revolta pelas limitações impostas. O adoecimento pode ser encarado como mais uma perda entre tantas que ocorrem nesta etapa da vida, nesse caso, pode aparecer o estado depressivo ou revoltado; tristeza, desânimo e desesperança em relação ao futuro, em função de preocupações em relação as complicações e seus desdobramentos.

No tratamento do idoso com diabetes é preciso:

  • Relacionar o desenvolvimento da doença com o doente, sua história, aceitação, nível social, cognitivo, aspectos psicológicos – e com o entendimento das demandas desta etapa do ciclo vital.
  • Analisar que no adoecimento crônico não só o indivíduo é afetado, mas toda família, que por sua vez afeta o paciente. Pois se é um idoso o portador do diabetes, a família pode ter que se reorganizar para ajudá-lo no monitoramento.
  • Cada etapa do ciclo vital tem as suas demandas e tarefas, que afetarão o curso da doença crônica, e esta, por sua vez, afetará as demandas e tarefas desta etapa.

Cabe ao médico não só olhar para a doença e sim para o doente, pois cada idoso faz o seu processo de envelhecimento de uma forma peculiar, enfrentando de forma mais ou menos intensa essa etapa da vida. É preciso conhecer as histórias de seus pacientes, suas crenças, seus valores, sentimentos, questões familiares, sociais e culturais que aliados aos conhecimentos do Diabetes, podem favorecer um tratamento bem-sucedido a cada um de seus pacientes.

Lecticia Rapôso é psicóloga, mestre em psicologia clínica pela PUC-SP, especializada em mediação de conflitos, pós-graduada em Terapia de Família e em terapia Infanto-juvenil.