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E se não houvesse corrupção no Brasil?

Por Herval Sampaio e Joyce Morais

Não raras são as notícias de corrupção na política, lavagem de dinheiro e desvio do erário público em nosso país.

Ontem mesmo, mais uma que, até pela quantidade de dinheiro desviado – 85 milhões de dólares já recuperados e só uma comissão de propina de 16.500 milhões de dólares -, não tem como não nos impressionar. As diversas operações da Polícia Federal, investigações do Ministério Público, trabalho do Poder Judiciário, além de ações de diversos outros órgãos – que miram a investigação e combate à corrupção como centro de suas atuações – têm ajudado a combater e prevenir esse mal que assola tantos povos e desgraçam a vida dos cidadãos, em especial os mais pobres, alguns miseráveis.

O cidadão, que tem como direito e dever fiscalizar seus representantes, deve estar cada vez mais atento às promessas de campanha e ao que realmente os governantes realizam com o dinheiro da população, não podendo somente reclamar e resmungar. A transferência de responsabilidade deve ficar no passado. Agora é hora de chamar para si e fazermos a nossa parte, denunciando todo indício de corrupção e fiscalizando sempre aqueles que mexem com o dinheiro público.

Todos esses episódios de corrupção envolvendo a Petrobrás e a Operação Lava Jato ajudaram a piorar a colocação do Brasil no ranking que mede a percepção desse fator entre 176 países. O Brasil, em estudo feito pela Transparência Nacional em 2016 caiu pra 79º lugar e a tendência é piorar, pois não podemos parar de investigar e punir os assassinos corruptos de nossa pátria.

Estima-se que todos esses desvios de dinheiro público, retira dos investimentos para a população cerca de R$ 200 bilhões todos os anos. Se todo esse valor fosse aplicado corretamente, daria para triplicar as aplicações em saúde, educação e segurança, isso para ficar no básico que pensamos deva ser a ação estatal.

E além de todos esses malefícios internos que a corrupção acarreta, ainda causa também prejuízos frente aos outros Governos, desvalorizando a nossa Nação ante o cenário internacional. Os escândalos de corrupção constroem uma imagem negativa para a população mundial que, receosa, deixa de investir em turismo e em negócios no país. Esta perda de investimento nos últimos anos é incalculável e junto com a nova política dos EUA, sem sombra de dúvidas, dificultará ainda mais a nossa combalida economia.

Vejam os reflexos diretos e imediatos desses atos de corrupção, antes banalizados, hoje felizmente investigados e punindo os corruptos, independentemente de seu poder econômico e político.

A crise moral, política e social causada por esses tristes episódios, ainda arruínam a economia do país. Os noticiários recentes apontam que o brasileiro perdeu poder aquisitivo, está com menor poder de compra, pois o valor do dólar disparou e aumentou a inflação, deixando o custo de vida mais alto e acarretando muitas demissões. Estima-se que chegaremos em breve a casa dos 23 milhões de desempregados. É assustador!

Com o número de desemprego alto, surge então uma bola de neve: preços elevando e dívidas crescendo. O brasileiro retira o filho da natação, da aula de inglês, cancela a viagem, não vai mais a restaurantes, nem a teatros. Não tem dinheiro mais pro lazer. Agora resta o essencial: suprir as necessidades básicas com alimentação, moradia, educação e saúde. E o pior, até estas se tem grandes dificuldades. Não é a toa que aumentou significativamente o número de pessoas que moram nas ruas.

Mas será que você já parou pra pensar em como seria viver num país livre de corrupção e impunidade? Que mudanças teríamos na infraestrutura das cidades, na qualidade de vida da população, nos salários dos empregados? Você já se perguntou como a corrupção afeta a sua vida?

Países com menores índices de desonestidade, como por exemplo, o Canadá, a Noruega e a Dinamarca possuem mais qualidade de vida, uma vez que apresentam os melhores Índices de Desenvolvimento Humano. O IDH é uma estatística que considera dados como a expectativa de vida ao nascer, educação e PIB per capita (como um indicador do padrão de vida). Menos corrupção significa melhores serviços, tanto públicos como privados, o que gera mais renda para a população e movimenta a economia.

Conforme pesquisa do departamento de competitividade e tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), atualmente, cada brasileiro recebe uma média de quase quinze mil reais por ano. Se não houvesse corrupção e o dinheiro chegasse realmente à sua finalidade, ele passaria a receber mais dois mil reais por ano. Mas esse valor nunca chega ao trabalhador, é antes desviado pelos corruptos.

A cada 1 (hum) real que deveria ser aplicado no serviço público, estima-se que 70 (setenta) centavos são desviados. Imaginem, se pelo menos, diminuíssemos essa margem?

Nós poderíamos viver com melhores serviços públicos: escolas e hospitais funcionando em normalidade, com boa estrutura material e humana, adequado sistema de transportes, cidades menos violentas, profissionais como professores e policiais mais valorizados, entre outras benfeitorias que não acontecem porque há dinheiro, mas ele não chega ao local correto. É simplesmente desviado para o bolso de safados que veem crianças morrendo e não sentem nada.

E quando são presos, ainda têm a cara de pau de alegar tanta besteira que, sinceramente, embrulha o estômago dos brasileiros honestos de nossa pátria!

Como resposta ao pagamento de impostos, esses serviços bem prestados seriam um incentivo a mais a continuar pagando e além disso, ajudaria a combater a sonegação fiscal, um grande e importante problema do nosso país hoje.

Então, amigos e amigas que acompanham nossa luta, se junte a ela e faça sua parte em toda oportunidade que tiver, pois só assim sairemos dessa difícil situação que nos metemos e por mais que muitos brasileiros não tenham nenhuma relação direta com atos ilícitos, temos que nos tocar de nossa responsabilidade como cidadão, independente da origem em si de cada ato ilícito.

Com a palavra e principalmente, atitudes, sempre, o cidadão brasileiro!