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Sindicato pede que monitores sejam reconhecidos como educadores

 

 

Representantes do Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista – SIMMP, usaram o espaço da Tribuna Livre da Câmara Municipal de Vitória da Conquista para tratar sobre a educação infantil. O sindicato pede que os monitores das creches municipais sejam reconhecidos como educadores.

A presidente do Simmp, Arlete Rocha Miranda Dorea, explicou que tradicionalmente a educação infantil foi tratada com descaso pelo poder público quanto as suas dimensões de cuidar e educar. “Sempre houve uma dicotomia entre o quer era cuidar e educar. E nesse tempo em que a educação infantil era tratada apenas como assistencialista, as creches adotavam como profissional para atuação qualquer pessoa que tivesse o mínimo de escolaridade”, contou. Arlete disse que com as mudanças nas leis, a educação infantil começou a ser tratada com a primeira etapa da educação básica. “Já com a nossa Ldb, em 1996, o referencial nacional da educação infantil impõe ao município para se readequarem para a oferta desse ensino, e os municípios fizeram isso, oferecendo formação adequada aos profissionais. Essa formação foi ofertada em parceria com MEC dando condições que essas pessoas trabalhassem enquanto educadores”, explicou.

Diante do exposto, a presidente do sindicato afirmou que após essas formações, passou-se a entender que a educação infantil também precisava ter o cunho pedagógico. “Então esses profissionais que passaram por essa formação tinham que trabalhar obedecendo aos requisitos impostos pela legislação, os dois cunhos, educação e de cuidados, usando os três pilares: cuidar, brincar e educar”, frisou. Segundo Arlete, os profissionais que estão atuando no município passaram a ingressar no nível superior também. “Hoje, quando eles não são formados em pedagogia, têm o ensino médio em magistério”, afirmou. Por isso, segundo o SIMMP, não se pode abrir mão desse reconhecimento como professor”. Arlete pediu ainda que os vereadores se conscientize sobre o quadro da importância de analisar esse quadro estabelecido hoje em Conquista e trate dessa questão com cuidado especial.

Aliny Souza Ribeiro, reforçou o pedido de reconhecimento de sua categoria enquanto profissional de educação. “Nós fazemos um trabalho pedagógico nas creches. Porque a lei 1.960 deste município estabelece como pré-requisito para ser monitor escolar formação na modalidade normal magistério. Magistério, senhores, é docência”, afirmou. A educadora apresentou um documento, que segundo a mesma, será entregue também à prefeitura municipal e secretaria de educação, elaborado pelas monitoras. Aliny enfatizou ainda que a comunidade conquistense está ao destas. “ Colhemos 2.700 assinaturas da comunidade escolar. As mães e pais dessas crianças reconhecem o papel pedagógico que exercemos”, completou.

Ana Cláudia Santana da Mata, professora e coordenadora pedagógica da creche municipal Menezes Lapa, localidade na zona rural, falou em defesa das monitoras. “Nossa luta diária é por um plano de carreira que dignifique o trabalho das monitoras. Elas na verdade, não são monitoras, elas são educadoras da primeira infância”, afirmou. A professora explicou que a educação infantil peculiaridades porque trabalha com a formação cognitiva e ainda existe do educador o cuidado físico que a criança precisa. “Ela trabalha com a formação cognitiva, moral, emocional e física”, pontou.

Ana Cláudia lançou o desafio aos vereadores “Que cada um de vocês passem um dia em uma das creches para conhecer a rotina que dá início as 7h30 da manhã e encerra as 17h, algumas às 18h, ela só tem direito a 1 hora de almoço. Elas meninas convivem com cerca de 22 crianças , tem creche que tem 33, e são 3 pessoas apenas para cuidar, brincar e educar essas crianças”, solicitou. Segundo a professora, o Plano Municipal de Educação indica a ampliação do número de profissionais por sala de aula e tem como meta estratégica o plano de carreira do profissional de educação e qualificação da educação infantil. Para Ana Cláudia, cumprir essas metas e dar o respeito e dignidade que essas profissionais merecem é uma questão urgente.