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Para permanecer em Cristo

SÉRIE REVISTA ULTIMATO

Artigo: “União com Cristo”, de Ricardo Barbosa, edição 366

Texto básico: João 15. 1-17

Textos de apoio:
– Deuteronômio 30. 6-20
– Neemias 8. 1-13
– Salmo 119. 105-112
– Romanos 12. 2
– Tiago 1. 22-25
–  1 João 2. 3-7

Introdução

“O grande objetivo da vida cristã é tornar-se um portador do Espírito, viver no Espírito de Deus, respirar o Espírito de Deus” (Kallistos Ware, bispo da Igreja Ortodoxa Oriental). Em outras palavras, esse sublime objetivo pode ser definido como a nossa união com Cristo. Conformar a nossa maneira de pensar (Rm 12. 1-2) e a nossa maneira de viver (1 Jo 2. 6) a Jesus Cristo.

É preciso reconhecermos que o alcance pleno deste objetivo não está sob nosso controle, como se fosse o mero resultado da aplicação de “técnicas espirituais”. Não. Aqui caminhamos no terreno do mistério de Deus, e é necessário uma postura de humilde reverência. Ao mesmo tempo, é possível afirmarmos que por mais misterioso que seja este processo de “conformação” à pessoa de Cristo, ele jamais será desevolvido sem o contato com a Palavra de Deus e a atuação do Espírito Santo.

Por isso, nossa devoção pessoal deve privilegiar o espaço para leitura e meditação da Palavra, junto com a escuta do Espírito que transforma a palavra escrita em Palavra Viva em nosso coração, suscitando em nós obediência a esta mesma Palavra.

Jesus utilizou uma metáfora agrícola para ensinar seus discípulos sobre a profundidade deste processo de união com Ele, no Evangelho de João. Que o Espírito de Deus nos ajude enquanto buscamos compreender e interiorizar Sua palavra em nossa vida.

Para refletir e entender o que a Bíblia fala

1. No início de seu discurso em João 15, Jesus se “apresenta” como a “videira verdadeira” (v. 1). Os seus seguidores (ou discípulos) são os “ramos” (v. 5). O que ele pretendia ensinar com esta ilustração? Será que existe o risco de nos “ligarmos” a alguma “videira falsa”, de onde procuramos retirar “seiva” para nossos “frutos”? Você conhece alguma destas “videiras falsas”?

2. Além das figuras da videira e dos ramos, Jesus de  refere a Deus Pai como o agricultor que cuida da videira. Ele poda (limpa) os ramos frutíferos para torná-los mais frutíferos ainda (vv. 1-2). De que maneira(s) esta “limpeza” pode ocorrer em nossa vida? Você se lembra de alguma experiência recente nesse sentido?

3. Observe quantas vezes aparece o verbo “permanecer” entre os versos 4 e 10. Em termos práticos, como é possível “permanecer em Cristo”? Qual a relação entre esta “permanência” e a “união” com Cristo?

4. Unir-se a Cristo e permanecer Nele nos traz alguns benefícios espirituais. Alguns deles são citados nos vv. 7-11. Quais seriam eles? Que risco(s) corremos ao fazer uma leitura seletiva destes versos, enfatizando apenas os benefícios e nos esquecendo do pré-requisito na primeira parte do v. 7?

5. Nos versos 12 e 17 Jesus põe em relevo os nossos relacionamentos uns com os outros. Qual é o padrão referencial para sabermos se realmente estamos amando uns aos outros (v. 12)? Neste contexto, a nossa união com Cristo e uns com os outros ganha um novo significado para você?

Para Refletir

“O Filho eterno vive e age pela palavra do Pai. Os discípulos guardam e vivem pela palavra do Filho e, através da palavra, o Pai e o Filho fazem sua habitação em nós e, desta forma, participamos da comunhão divina. Permanecemos em Cristo somente quando permanecemos na palavra. Quando nossa mente, desejos e vontade forem moldados pela palavra de Cristo, viveremos como Cristo e a vontade de Deus será a nossa vontade, os desejos de Deus os nossos desejos e, assim, teremos o que Paulo chama de ‘a mente de Cristo’”.(Ricardo Barbosa)

“Ouça o Livro. O que quero dizer com isso é: leia a Bíblia; leia livros sobre a Bíblia, sobre a vida espiritual e sobre a vida de “grandes” santos… Muitas pessoas são levadas a Deus por meio da literatura espiritual que lêem por opção, ou oportunidade. Santo Agostinho, Santo Inácio, Thomas Merton e muitos outros converteram-se por meio do Livro. O desafio, no entanto, não é ler um livro “espiritual” como uma fonte de informações interessantes. Mas, ao contrário, é ouvi-lo como uma voz que fala diretamente com você. Todavia, não é fácil deixar que um texto “fale” com você. Sua sede de conhecimentos e informações muitas vezes faz com que você deseje ter a palavra, em vez de permitir que a Palavra tenha você. Mesmo assim, você aprenderá muita coisa ouvindo com atenção a Palavra que procura entrar em seu coração.(Henri Nouwen)

Para Terminar

No texto que estudamos, Jesus fala de três tipos de ramos: os que não dão fruto, os que dão fruto (e precisam de poda), e os que dão mais fruto ainda (pois foram podados). Em todo caso, um ramo só poderá dar fruto se estiver “unido” à videira (que neste caso é o próprio Cristo). Fazendo uma avaliação honesta, em qual categoria de ramo você posicionaria a si mesmo? E, caso você se identifique com o primeiro tipo, que passos você deseja tomar para atender o chamado feito por Cristo neste estudo?

Eu e Deus

Deus, tenho o hábito de pensar em mim como a videira com os outros se ramificando a partir de mim. Que erro! Jesus é a videira e eu sou um ramo nele. Faze o que precisa ser feito, Pai, para tornar essa ligação entre videira e ramo vigorosa e saudável, em nome de Jesus. Amém. (Eugene Peterson, Um Ano com Jesus, Ultimato)

Autor do estudo: Reinaldo Percinotto Júnior
Este estudo bíblico foi desenvolvido a partir do artigo “União com Cristo”, de Ricardo Barbosa, publicado na edição 366 da revista Ultimato.