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Eleições Americanas: por que devemos prestar atenção

É desejo geral se proteger da inflação, visto que ela implica na diminuição do poder de compra da moeda – o que, por sua vez, altera o preço de bens e serviços diversos, gerando diminuição do poder de consumo, da qualidade de vida, etc.

A inflação é calculada por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (ICPA). Segundo o Banco Central, a taxa de inflação é a variação do custo da cesta do IPCA durante um período específico.

A cesta, vale especificar, reflete padrões e hábitos de consumo das famílias com renda mensal de um a 40 salários mínimos. Na cesta, estão contidos os itens: transporte, alimentação e bebidas, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, habitação, comunicação, educação e vestuário.

As causas da inflação são múltiplas, mas podem ser, também de acordo com o BC, agrupadas em: pressões de demanda, pressões de custos, inércia inflacionária e expectativas de inflação.

De forma bem simplificada e prática, o aumento da taxa de inflação desestabiliza a economia do país como um todo, prejudicando não apenas o crescimento econômico, mas a vida cotidiana. Os mais afetados pela oscilação dos preços, claro, são as camadas da população que possuem menos recursos financeiros.

O aumento da inflação também está atrelado ao custo da dívida pública, dado o fato de que as taxas de juros da dívida pública devem compensar o efeito da inflação e, além disso, incluir um prêmio de risco para compensar as dúvidas e incertezas causadas pela situação.

No âmbito dos investimentos, a taxa de inflação também preocupa. Qual será o impacto das eleições americanas no mundo financeiro e na taxa em si? Falaremos um pouco mais sobre isso a seguir.

Como as eleições americanas podem afetar o mundo

Os que possuem investimentos, expostos ou não ao mercado norte-americano, devem ficar atento aos desdobramentos da disputa entre Donald Trump, atual presidente, e o democrata Joe Biden (que, segundo pesquisas, está com a vantagem).

Os candidatos, como sabemos, têm noções bastante diferentes sobre como conduzir a agenda e lidar com as demais moedas. Enquanto Trump atua de forma protecionista e prefere uma política de negociação bilateral, Biden é a favor do multilateralismo.

Na prática, isso significa que Trump prefere fortalecer o dólar e, com isso, manter demais moedas, como o Real, com valor de mercado baixo. Para tal, há juros baixos para os investidores que desejam investir no mercado dos EUA.

A agenda de Biden é um pouco diferente: se for eleito, talvez haja migração de capital para países emergentes, como o próprio Brasil. Convém salientar, porém, que apenas a vitória de Biden não seria o bastante para tal, já que o cenário político interno deve estar alinhado, fértil, estável.

Impactos das eleições dos EUA nos investimentos

Muitos investidores buscam o mercado norte-americano por conta das taxas de juros baixas, que são oferecidas por Trump. Uma possível vitória de Biden, nesse cenário, poderia fazer com que o ambiente fiscal fique menos interessante – causando, como já comentamos, uma saída de capital para mercados emergentes.

Nesse caso, haveria, segundo alguns especialistas, a venda de ativos norte-americanos e uma repatriação de recursos – afinal, com o aumento das taxas do mercado dos EUA, muitos investidores podem pensar em retornar à casa.

Isso, na prática, faria com que o dólar perdesse valor em relação ao euro, mas não só: outras moedas, como o iene, também poderiam ser valorizadas.

A possível desvalorização do dólar deve causar certa preocupação em investidores que costumam investir na moeda. Se hoje ela está alta, bem acima dos R$5, há a possibilidade e, com uma modificação radical na taxa de juros, o valor do dólar despencar.

Os fundos brasileiros, como sabemos, estão atrelados à economia estrangeira, principalmente dos Estados Unidos. Uma mudança significativa na taxa de juros – que, como dissemos algumas vezes, é uma das medidas já anunciadas por Biden – causaria queda nos índices de ações, gerando impacto nos investimentos em curso.

Por fim, vale dizer que os investimentos de renda fixa são impactados pela alta do dólar, que também turbina a inflação, já que o preço da importação fica muito mais alto.

Para estabilizar a inflação, o Banco Central precisa fazer alterações nos juros e na política monetária como um todo. Caso isso aconteça, pode haver leve valorização dos títulos de renda fixa. Nada que seja dramático, porém.