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Natal da Cidade: Renato e Seus Blue Caps fazem a festa

O grupo Renato e Seus Blue Caps não deu chance de descanso para a plateia presente na Praça Barão do Rio Branco, na noite do último sábado, 17. Logo no início do show, os artistas emendaram uma série de grandes sucessos, sem intervalos, e puseram gente de várias idades para dançar. Quem não quis ficar nas cadeiras, também não hesitou em ir para a frente do palco. Boa parte dos que ali estavam tomou conhecimento das músicas por meio dos pais, que provavelmente eram ainda crianças quando o grupo despontou para as paradas de sucesso, há quase cinquenta anos.

 

No palco, Renato Barros e Cid Chaves, os dois remanescentes da histórica formação que se notabilizou no período anterior à Jovem Guarda, revelaram que não era a primeira vez que tocavam em Vitória da Conquista. Coincidentemente, a cidade foi a primeira em que eles se apresentaram fora do Rio de Janeiro, ainda no início dos anos 60. “Foi a partir daqui que o nosso sucesso se espalhou pelo país afora”, disse Renato.

O grupo foi formado em 1959 e é considerado um dos mais antigos ainda em atividade no planeta. Renato credita a longevidade ao contexto musical do período em que eles conquistaram as paradas de sucesso. “Nós começamos numa época em que, na minha opinião e na de muitos outros, foi a época de ouro da música universal”, afirmou o músico, destacando o caráter romântico das canções que a banda lançou ao longo dos anos.

‘NO ALICERCE DO ROCK’ – “A gente sobrevive por conta das pessoas que ainda querem ouvir uma boa mensagem e uma música legal. A longevidade passa por aí, porque nós sempre assumimos e nunca negamos as nossas origens”, disse ainda Renato, que garante que o entusiasmo nos shows continua a se manter, mesmo após após tanto tempo: “Procuramos sempre fazer o melhor e respeitamos muito o público que está nos assistindo. É uma coisa tão sincera que acho que isso passa para as pessoas. Outra coisa: nós gostamos muito da banda. Acho que os maiores fãs dela somos nós mesmos”.

Pioneiros do rock brasileiro, Renato e Seus Blue Caps se destacaram antes mesmo do auge da Jovem Guarda. Após acompanhar gravações de diversos artistas – entre eles Roberto Carlos –, a banda se notabilizou por canções de conteúdo romântico, parte delas versões de sucessos dos Beatles. “Hoje em dia fala-se muito no rock and roll brasileiro, mas é preciso ir lá na fundação, no alicerce, e é lá que a gente se encontra: no alicerce do rock and roll”, observou Renato.

‘EDUCAÇÃO E CULTURA’ – Com relação ao Natal da Cidade 2011, o líder do grupo parabenizou a ação da Prefeitura e elogiou a diversidade musical da programação. “Acho que é isso mesmo. A gente precisa dar cultura e educação para o povo. Tem que trazer o Yamandú Costa, sim, tocando aquele violão maravilhoso, tem que trazer o Luiz Melodia, o Emílio Santiago, a Zizi Possi. Tem que ser assim mesmo, trazendo segmentos da música”, afirmou.

Artistas locais mostram diversidade musical

Antes das apresentações dos artistas convidados, o público do Natal da Cidade pode ter acesso a uma variada programação com atrações locais. No sábado, 17, terceira noite do evento, várias pessoas disseram estar ali para ver de perto a apresentação dos “reiseiros”. No caso, o terno de reis “Santo Reis é Brasileiro”, formado por nove integrantes, todos eles do povoado de Cabeceira da Jiboia, na região da Limeira.

“Gosto muito de terno de reis”, disse o mestre do grupo, Emanoel de Jesus Silva. “É uma cultura que acompanho desde que eu era criança. Eu acompanhava com meu pai, meu avô, meus tios. E, para não deixar isso acabar, eu vou seguindo”.

Emanoel disse que os projetos da Prefeitura, de valorização da cultura popular, têm sido decisivos para a manutenção dessa cultura que sua família leva adiante a tantas gerações. “Isso estava ficando lá no fundo, nós estávamos ficando soterrados. E, com o apoio da Prefeitura, nós nos levantamos”, comparou.

OUTRAS ATRAÇÕES – Em seguida da apresentação do terno de reis, subiu ao palco principal o cantor e compositor Achiles Neto, vencedor da sétima edição do projeto “Por isso é que eu canto”. O artista apresentou canções próprias e de outros compositores e dividiu o palco com vários convidados, entre eles Diego Oliveira, Daniela Lisboa e Marcos Marinho.

Após o terno de reis, apresentaram-se Achiles Neto, vencedor do “Por isso é que eu canto”, e Kléber Moreno, com o show “Mistura Fina” Logo após, foi a vez do cantor, compositor e instrumentista Kléber Moreno, com seu show “Mistura Fina”.

No espetáculo, o artista juntou músicas cantadas a interpretações instrumentais, geralmente acompanhadas por modernos arranjos.

Fotos: Arthur Garcia/Secom PMVC