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Camila Pitanga é capa e recheio da Glamour de setembro

 
 Camila Pitanga é capa e recheio da Glamour Brasil de Setembro

Camila Pitanga será protagonista da nova novela das seis da Globo “Lado a Lado”, as gravações já começaram e sua agenda está pra lá de agitada, mas a Glamour conseguiu um espacinho na agenda da atriz para realizar as fotos da edição de setembro.

As fotos foram realizadas na praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Clara Nunes e toda sua brasilidade foram a inspiração, escolhidas pela própria Camila. Dedicada, ela incorporou totalmente a personagem. A sessão só terminou no final da tarde com um merecido mergulho no mar.

A edição traz uma entrevista para lá de especial, assinada pela jornalista Sonia Bridi, amiga íntima de Camila. Nela, a atriz fala sobre o novo trabalho, família e a relação com a mãe.

Fotógrafo: Paulo Vainer, styling: Olivia Hanssen, beleza: Jayme Vasconcelos

 Sobre a nova novela das seis da Globo “Lado a Lado” 

 “É como se eu tivesse mergulhando na minha ancestralidade. A novela está me dando essa oportunidade. A história oficial, da escola, é a do negro escravo, coitado. Ninguém fala da sabedoria e da força que vêm dessa situação. Acho que a novela pode alimentar a autoestima de muita gente. No Rio de Janeiro, na época do início da República, era uma luta pela sobrevivência, o preconceito permeava as relações da sociedade. A maneira que a novela retrata esse preconceito racial, dizendo não a ele, é por meio da amizade da minha personagem com uma branca aristocrata, interpretada pela Marjorie Estiano.”

  “Tenho consciência de que não posso resolver tudo. Essas coisas não estão nas mãos de uma pessoa, mas na união, na comunhão de um movimento. Assim acho que a gente pode mudar, sim. Eu sou feliz pelo que tenho conquistado com o meu trabalho, mas acho que vou ser muito mais quando isso for possível para a maior parte das pessoas do nosso País.”

 Sobre a mãe

 “Nunca mais voltei a morar com minha mãe. Entendi que era o possível. Isso me fez amadurecer muito cedo, me deu um senso de responsabilidade, uma coisa que eu tenho muito maternal com meu irmão. Num primeiro momento, criança, eu entendi, não contestei. Era o que era e, na hora que essas coisas acontecem você segue o curso. Na adolescência já veio outro questionamento. A mamãe fazia tratamento psiquiátrico, e eu tinha essa utopia de que poderia salvá-la, trazê-la para uma estabilidade. Isso foi uma angústia grande durante muito tempo. A terapia me ajudou a aceitá-la como ela é, a amá-la e também a ver a beleza dessa situação peculiar.”

 Não, o difícil foi aceitar essa impotência, entender que eu não poderia fazer nada. É uma característica minha botar a mão na massa, querer resolver as coisas. Acho que foi a primeira vez em que me dei conta de que eu não posso tudo e tudo bem, tudo certo. Não é um fracasso. Foi um processo muito dolorido, mas uma grande lição.”