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Jovem que aprendeu inglês sozinho é aceito em 5 universidades dos EUA

 

Aluno de engenharia de Sorocaba escolheu estudar e trabalhar no MIT. Matheus Tomoto trabalha desde os 14 anos após empresa da família falir.

Ser escolhido para trabalhar em um dos locais mais concorridos do mundo sempre foi o sonho e o desafio mais recente de Matheus Akira Tomoto, de 24 anos, nascido em Sorocaba (SP). Para chegar até o cobiçado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, foi preciso muita dedicação. Estudar inglês sozinho e enviar mais de mil currículos para universidades são apenas alguns exemplos. Além do MIT, o estudante entrou em contato para entrar em Harvard, Stanford, entre outras. “Incrivelmente, fui aceito por todas; as cinco principais universidades dos EUA”, comemora.

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O estudante de engenharia mecatrônica da Faculdade de Engenharia de Sorocaba (Facens) conta que o processo para chegar até o MIT começou com o Ciência Sem Fronteiras e que nunca teve dinheiro para pagar curso de inglês. “Comecei a estudar por conta própria para passar no temível TOEFL (exame para validar o nível de conhecimento da língua inglesa). Depois de duas tentativas, consegui passar. Mas foi só nos EUA que realmente aprendi a falar a língua”, lembra Matheus.

A história do estudante começou aos 14 anos quando ele foi matriculado no Senai, após a falência da empresa da família. Foi na escola que começou a aprender sobre mecânica, elétrica e usinagem. “Logo que entrei no Senai, meu avô, que hoje é falecido, conseguiu um trabalho para mim em uma oficina de ferramentaria. Projetávamos e produzíamos moldes plásticos. Desde então, as oportunidades de trabalho começaram a surgir”, relembra.

Matheus contou que aos 17 anos conquistou uma bolsa de estudos no cursinho da faculdade atual. “Era muito pobre. Sempre estudei em escola pública”, explica. Na ocasião, ele conta que estudou muito e, por meio do ENEM, conseguiu outra bolsa de 100%. Desta vez, para estudar engenharia mecatrônica”, comemora.

Pesquisador MIT

O estudante conta que chegar até o MIT foi um processo demorado porque, além do currículo, também foi preciso escrever uma carta explicando o porquê ele era o candidato ideal para aquela vaga. “Tive que descrever em uma pequena redação porquê o Matheus era melhor do que os outros candidatos. Tive algumas entrevistas pela internet. Lembro que para uma das vagas, um doutor em física me perguntou: ‘Por favor, me explique todo o seu conhecimento sobre física’. Algo muito abrangente para ser respondido, utilizei mais de cinco minutos para responder a pergunta”relembra.

Depois de muitas tentativas e entrevistas, Matheus conseguiu uma vaga como pesquisador no MIT e, desde agosto deste ano, trabalha com um método chamado Machine Learning, sistema em que as máquinas são capazes de aprender sozinha, sem a intervenção humana.

Projetos inovadores

Matheus explica que o principal projeto em que está envolvido é o Wireless Power Transfer. Ele explica que esse trabalho é desenvolvido para carregar a bateria dos barcos e submarinos autônomos no meio do oceano. “Eles não precisarão voltar para a costa toda vez que a bateria estiver acabando. Em outras palavras, essa tecnologia é uma completa revolução no modo como a energia elétrica será transferida e usada. Nossos ‘robos’ têm a capacidade de aprender sozinhos conforme as dificuldades vão surgindo”, esclarece.

Matheus detalha que as aplicações desses chamados AUV (Autonomous Underwater Vehicle) terão aplicações ilimitadas. “Além do sensoriamento, eles podem servir para proteção militar, fazer previsão de terremotos; tsunamis, entre outros. Nosso protótipo já está em funcionamento. Provavelmente estarei indo com a equipe fazer testes no oceano em alguns meses”, comenta ansioso.