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OAB realiza evento “Combate à Corrupção”

Em Conquista, coordenador da Lava Jato fala sobre corrupção 

Coordenador do grupo de trabalho que atua nos processos da Lava Jato, envolvendo grandes empresários, doleiros e políticos, o procurador federal Douglas Fisher esteve em Vitória da Conquista nesta quinta-feira participando de um seminário sobre o combate à corrupção. Antes do evento, realizado pela OAB Sub Sessão Vitória da Conquista, Fisher concedeu entrevista coletiva à imprensa ao lado do advogado Waldir Santos, da Controladoria Geral da União e do Presidente Ubirajara Ávila.  O evento contou com  a participação da Faculdade Santo Agostinho, através do seu diretor Dr. Manoel Augusto. Para o presidente da OAB Conquista, Ubirajara Ávila, com o seminário, a entidade visa contribuir para o projeto de um país limpo. “A OAB tenta cumprir o seu papel democrático ao trazer para Conquista a discussão de um tema dessa envergadura, que contribui com a propagação de técnicas específicas de combate à corrupção. Nós temos certeza que, cada um fazendo o seu papel,  vamos conseguir exterminar esse germe que impregna tono o nosso país”, afirmou.

Quem abriu o seminário foi o diretor da Faculdade Santo Agostinho, Dr. Manoel Augusto, que falou sobre a importância do acontecimento, principalmente pelo nível dos palestrantes, parabenizando a Ordem dos Advogados do Brasil, Sub Sessão de Vitória da Conquista pelo envolvimento com o projeto de moralização do país.

Segundo palestrante da noite, o Dr. Ubirajara Ávila, avaliou a iniciativa e o apoio de sua Diretoria em abraçar essa causa tão nobre e que, sem dúvida, dignifica o sistema judiciário conquistense, tornando-se o elo entre a população e as autoridades e sobretudo no papel de democratizar o sistema judiciário como um todo.

O Juiz Federal, da Primeira Vara de Vitória da Conquista, Dr. João Batista  de Castro Junior, revelando importantes informações nas relações entre o Judiciário, a Promotoria de Justiça e os defensores das partes envolvidas nos processos. Preciosos detalhes processuais foram revelados pela autoridade.

Em sua palestra Douglas Fischer disse achar natural a “retaliação” sofrida durante os desdobramentos da Operação Lava Jato, principalmente a partir do momento que as investigações avançam sobre aqueles que têm funções políticas no Congresso Nacional. “Isso acaba repercutindo e acaba acontecendo retaliações, como a criação de alguns projetos de leis que tentam impedir a melhor forma de fazer as averiguações. Mas nós estamos tranquilos que, com a vigilância da sociedade e com o trabalho que vem sendo feito, isso não vai acontecer e nós vamos continuar trabalhando de uma forma séria e firme, independentemente das pessoas que estão envolvidas. Porque a nossa missão é a investigação, apuração e responsabilização dos fatos, independente de quem os praticou. Nós vamos tentar demonstrar é que a lei é para todos”, garante Douglas Fisher.

O promotor também destacou outras operações, como a ‘Burla’ e a ‘Mato Cerrado’, que ocorreram recentemente na região de Vitória da Conquista, para demonstrar que o MPF não atua apenas na ‘Lava Jato’. “Essa é a tônica do Ministério Público Federal, conduzida pelo Procurador Geral [Rodrigo Janot], mas espalhada por todo o território, sobretudo em parceria com os demais órgãos de investigação, como a Polícia Federal e Controladoria Geral da União”.

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Por fim, o representante do MPF destacou a importância da conscientização da sociedade contra as práticas de corrupção, que, segundo ele, começa no dia a dia, rechaçando práticas comuns de sempre levar algum tipo de vantagem. Nesse sentido, Douglas Fisher, avalia a Lava Jato como um bom exemplo para se propor uma necessária mudança de comportamento do povo brasileiro. Segundo o Promotor, o maior volume de dinheiro repatriado ao Brasil desviado pela corrupção era de U$ 100 mil. A Lava Jato já conseguiu repatriar U$ 800 milhões. A maioria dos bancos Suiços que, segundo o Banco Central da Suíça, é o maior volume de dinheiro já bloqueado em toda a existência do sistema financeiro nacional.

“Nós acreditamos que havendo uma persecução mais efetiva tende a diminuir, sim, esse tipo de criminalidade, gerando, consequentemente, uma visão que nós podemos encaminhar para um país com menos corrupção. Mas é um plexo de várias coisas que precisam ser feitas, não apenas na atividade do Ministério Público e dos demais órgãos, mas, também, da sociedade em si. O cidadão tem que ver que ele não pode mais compactuar com esse tipo de criminalidade e começar a exigir dos parlamentares uma mudança de postura”, analisa o procurador federal.

A última palestra da noite, do Dr. Waldir Santos, da Controladoria Geral da União, mostrou como os cidadãos podem e devem exercer seus direitos de cidadania, demonstrando através de práticas legais os caminhos que podem ser seguidos para se alcançar o objetivo de diminuir a corrupção. “Todo cidadão tem o direito e o dever de denunciar práticas abusivas em qualquer esfera da sociedade. E o Ministério Público é competente para se colocar à frente do processo e investigar cada denuncia. Independe de onde seja e a quem seja destinada.”

Sugeriu a participação de voluntários na criação do Conselho da Cidadania em Vitória da Conquista, que pode ser formado a partir da participação de um mínimo de 11 e o máximo de 20 voluntários dispostos a ser dedicar 15 minutos do seu tempo, por semana , denunciando fatos e irregularidades que serão investigadas pelas autoridades.