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Mulheres baianas são destaque no cenário científico

Foto Blogs Canal Rural

Pesquisadora da UESB entre os destaques nacionais

Conheça os trabalhos de mulheres que atuam em diversas áreas do conhecimento

Em comemoração ao Dia da Mulher na Ciência, estabelecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no dia 11 de fevereiro, a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) destacam o trabalho de cientistas mulheres e baianas, a exemplo de Cátia Libarino, Neuza Neves e Sandra de Assis, que foram destaques na série Bahia Faz Ciência por conta dos seus trabalhos que beneficiam a sociedade e contribuem para o avanço do cenário científico na Bahia.

Cátia desenvolveu um agrotóxico natural capaz de prevenir pragas, mas que não ameaça à saúde, pois é feito à base óleo de eucalipto. Já Neuza estuda a recombinação dos agentes causadores da reação alérgica no organismo com o intuito de curar a alergia ao ácaro, a mais comum entre a população baiana, enquanto Sandra produz curativos feitos de filmes de polímeros com extrato de abacaxis híbridos, que ajudam a hidratar e cicatrizar mais rápido as feridas cutâneas.

Para Cátia, que é pesquisadora na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), tudo começou devido ao déficit sobre estudos do controle de doenças em plantas com o uso de produtos de origem vegetal, em vez de químicos. “A ideia surgiu após observar manchas foliares em árvore de macadâmia provocadas pelo fungo Neopestalotiosis clavispora. Foi quando comecei a dar início ao estudo com óleos e extratos vegetais de eucalipto”, afirmou. Ela chama atenção para o fato que há a necessidade de valorizar os produtos florestais não madeireiros, que são mais sustentáveis, pois geram menos danos ao meio ambiente.

A ambição de Neuza, junto ao seu grupo de pesquisa, é criar uma vacina mais eficaz e com menos efeitos colaterais. “Em vez de utilizar o próprio organismo que causa alergia para gerar imunidade no paciente, nesta nova vacina, o gene que codifica a proteína causadora da reação alérgica no indivíduo é colocado em uma bactéria que a faz produzir grandes quantidades desta proteína. Este processo diminui para quase zero a possibilidade de a vacina gerar efeitos adversos como sintomas de alergia comuns em vacinas de extratos”, explicou.

Em relação ao curativo feito de abacaxi, Sandra explica que a ideia surgiu após ter se deparado com reportagens em telejornais sobre a falta de materiais cicatrizantes. “O produto é similar a uma fita e é neste microambiente higienizado que, somado ao uso de anti-inflamatórios e antibacterianos, a ferida pode cicatrizar mais rápido”, afirmou. A matéria-prima é produzida da seguinte forma: através da polpa do abacaxi é extraída uma enzima chamada bromelina – que possui ação anti-inflamatória – que é incorporada em nanopartículas ou lipossomas e compõem uma película cicatrizante. Um estudo realizado em animais para medir a eficácia do produto constatou que as feridas foram reduzidas por volta do 14º dia após a aplicação.