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Hanseníase: Criado o Nucleo do Movimento de pessoas atingidas em Conquista

Foto: UFAL

Movimento de pessoas atingidas pela hanseníase funda núcleo em Vitória da Conquista e distribui cestas básicas em ação emergencial

Organismos como a Organização das Nações Unidas – ONU, e a Organização Mundial da Saúde – OMS, têm chamado a atenção para a necessidade de ação frente à crise humanitária global que a pandemia de covid-19 tem acentuado, sobretudo em relação às desigualdades e vulnerabilidades pré-existentes, agora ampliadas. Uma delas atinge a população de pessoas acometidas pela hanseníase, doença negligenciada que tem no Brasil o país campeão de incidência mundial. Para auxiliar emergencialmente 200 famílias de pessoas afetadas pela doença em situação de vulnerabilidade social em quatro estados, um projeto une o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e a Fundação de Saúde Sasakawa, do Japão. 

Vitória da Conquista funda núcleo do Morhan nesta quinta

Na Bahia, serão 20 famílias beneficiadas no município de Vitória da Conquista. A iniciativa marca o início das atividades oficiais do núcleo do Morhan na cidade, que será fundado nesta quinta-feira, 17 de dezembro. O evento de fundação do núcleo será realizado às 16 horas, no salão do CEPIS, Centro Popular de Inclusão Social, localizado ao lado da associação de moradores e da biblioteca da URBIS VI, na Avenida Laura Nunes, S/N, URBIS VI, e contará com a presença do coordenador nacional do movimento, Artur Custódio, vindo do Rio de Janeiro, e da coordenadora estadual do Morhan no Piauí, Francilene Mesquita.

A ação emergencial

Além de Vitória da Conquista, recebem a ação: Rio de Janeiro/RJ, Manaus/AM e Juazeiro do Norte/CE. “A intenção é garantir acesso a recursos de sobrevivência e dignidade, aproximar essas famílias dos seus direitos sociais e garantir também o acesso adequado aos serviços de saúde de acompanhamento das pessoas afetadas pela doença”, explica o vice-coordenador nacional do Morhan, Faustino Pinto.

O trabalho começou com o cadastramento das famílias, por meio de um formulário desenvolvido para observar diversos aspectos relativos aos direitos humanos das pessoas integrantes das famílias. As 200 famílias selecionadas para o projeto serão acompanhadas – por três ou quatro meses dependendo do local – e receberão cestas básicas, materiais de higiene, limpeza e proteção contra covid-19 (máscaras e álcool gel). A ação envolve ainda visitas domiciliares a outras pessoas afetadas pela doença, distribuição de material educativo para a população em geral e realização de palestras. 

Antes do trabalho de campo, as coordenações das equipes locais passaram por uma capacitação em redução de danos para adoção do protocolo de segurança do Morhan para todas as atividades, que envolve utilização adequada de EPIs, distanciamento, higienização e outros tópicos.

Em Vitória da Conquista, foco é nas mulheres atingidas pela doença

No município de Vitória da Conquista, 20 famílias serão acompanhadas pela equipe do núcleo local do Morhan e receberão, por quatro meses, cestas básicas, kits de higiene pessoal e máscaras. No município, onde o núcleo é liderado pela coordenadora do departamento de políticas para mulheres do movimento, Patrícia Soares, o foco do apoio será a população de mulheres afetadas pela hanseníase. Itens de autocuidado para mulheres completarão, assim, o material ofertado no período.

Além disso, haverá distribuição para a população geral de máscaras e materiais informativos sobre covid-19 e direitos humanos. As ações acontecem entre os dias 17 e 23 de dezembro, a partir das 10h30, nos seguintes locais: sala de espera no CAAV, sala de espera na Central de Marcação, fila da Caixa Econômica Federal e Secretaria de Desenvolvimento Social.

Hanseníase no Brasil e na Bahia

O Brasil é o país com a maior incidência de hanseníase no mundo, com uma taxa de aproximadamente 13 novos casos para cada 100 mil habitantes, segundo dados de 2019 do Ministério da Saúde. Com 1.990 casos novos em 2019, o estado da Bahia registrou uma taxa de detecção de 12,87 casos novos para cada 100 mil habitantes. “E, em 2020, há o problema adicional do subdiagnóstico: com a desorganização dos serviços de saúde pela pandemia de covid-19, o Brasil tem diagnosticado muito menos casos de hanseníase do que deveria”, alerta Faustino. 

Saiba mais

Hanseníase é uma doença infecciosa que afeta a pele e os nervos. Com o tratamento adequado, a partir da medicação e acompanhamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em unidades de saúde de todo país, a doença tem cura. A transmissão se dá pelo contato próximo e prolongado com pessoas sem tratamento afetadas pela doença na sua forma multibacilar. A partir do início do tratamento, a doença deixa de ser transmissível. São sinais e sintomas da doença: Manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade à dor, térmica e tátil; sensação de fisgada e formigamento ao longo do trajeto dos nervos dos membros; perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração; pele seca; inchaço nas mãos e nos pés; inchaço e dor nas articulações; redução da força muscular nos locais em que os nervos foram afetados; dor e espessamento dos nervos periféricos; caroços no corpo; olhos ressecados; feridas, sangramento e ressecamento no nariz; febre e mal-estar geral; feridas nas pernas e nos pés; e, nódulos avermelhados e/ou doloridos espalhados pelo corpo.

Para mais informações e para se inscrever como voluntário/a, contate o Morhan pelo ZapHansen: (21) 97912-0108