04 a 10 de agosto | Lençóis é palco de circulação artística do COATO Coletivo

Governo do Estado da Bahia apresenta Território Expandido: Arte Local e Global
COATO Coletivo realiza circulação do espetáculo “Arquivo 64/15” e laboratório de criação, em Lençóis, através do projeto Território Expandido.
A potência das artes cênicas e performativas chega a novos territórios da Bahia com o projeto Território Expandido: Arte Local e Global, uma realização do COATO Coletivo que vai ativar espaços simbólicos e afetivos entre o interior e a capital nas cidades de Lençóis (Agosto), Barreiras (Setembro), Cachoeira (Outubro) e Salvador (Novembro).

As ações do projeto marcam a retomada das atividades e pesquisas artísticas do grupo após um período de interrupção causado pela pandemia e simboliza o fortalecimento do repertório do coletivo.
A primeira parada será em Lençóis, na Chapada Diamantina, com a realização, de 4 a 6 de agosto, da segunda edição do Lab.Ex – Laboratório de Experimentação Cênica, com inscrições abertas por meio de formulário virtual (https://docs.google.com/forms/d/1RjBQFZvo3xRcuHKdT3VOsn3SyRSMOOm4E0GaV9vpBPM/edit), disponível na bio do Instagram do coletivo (@coatocoletivo).

Também ocorrerá a circulação comemorativa de 10 anos do espetáculo Arquivo 64/15 – Porões da Ditadura, nos dias 9 e 10 de agosto, às 19h.
Em Lençóis, o Território Expandido integra a programação da Mostra Artística do FESTAC – Festival Estudantil de Artes Cênicas da Bahia (Ano 7), que acontece de 30 de julho a 10 de agosto em vários pontos culturais da cidade.
Laboratório
O Lab.Ex promove o compartilhamento de metodologias e ferramentas poéticas desenvolvidas pelo COATO ao longo de mais de uma década de pesquisa em performance, teatro e tecnologias da cena. O laboratório convida artistas em formação a vivenciar uma imersão criativa a partir do conceito de Corpo-Arquivo, entendendo o corpo como território de experiências, memórias e sensações. A vivência será conduzida por Danilo Lima, Mirela Gonzalez, Marcus Lobo, Bernardo Oliveira e Natielly Santos, integrantes do COATO, que compartilham práticas desenvolvidas pelo coletivo nos últimos 10 anos.
A metodologia do laboratório inclui a utilização de câmeras de celular, projeções visuais e sons gravados em tempo real, transformando o corpo em tela, o espaço em ambiente expandido e a memória em dramaturgia. “O Lab.Ex é um espaço para experimentar uma poética que vem sendo tecida pelo grupo com base em territórios afetivos, memórias e conflitos. Propomos um lugar de investigação da imagem, do som, do corpo, sempre com ferramentas acessíveis.”, afirma Danilo Lima, um dos facilitadores do processo.
Realizado no EcoViva (bairro do Tomba), o Lab.Ex propõe encontros diários de três horas, culminando em uma mostra performativa pública no dia 7, no prédio do IPHAN (Rua da Baderna), composta por micro-performances autorais que incorporam elementos cênicos, projeções, sons e objetos simbólicos, compondo cartografias poéticas que dão forma e presença ao invisível.
Repertório
Na mesma semana, o projeto dá início à circulação comemorativa de Arquivo 64/15 – Porões da Ditadura, obra-síntese da pesquisa do coletivo, que retorna aos palcos em uma versão atualizada e conectada aos acontecimentos políticos dos últimos dez anos. Serão duas apresentações em cada cidade: Lençóis (dias 9 e 10 de agosto), Barreiras (15 a 21 de setembro), Cachoeira (13 a 19 de outubro), além de Salvador. As sessões terão entrada gratuita e serão prioritariamente voltadas para estudantes do ensino médio da rede pública estadual, seguidas de rodas de conversa sobre memória, ditadura e democracia.
Criado em 2015, o espetáculo que tem direção de Marcus Lobo utiliza elementos do teatro épico para propor uma leitura crítica da história recente do Brasil, traçando paralelos entre o regime militar (1964-1985) e o cenário político das manifestações de 2015, reacendendo discussões sobre violência de Estado, desaparecimentos forçados e repressão política. Agora, em 2025, a obra revisita arquivos históricos e fatos contemporâneos para dialogar com os desafios atuais da democracia brasileira. A proposta é que a arte funcione como provocadora e agente de consciência coletiva.
Ações Territoriais
Em meio a circulação do Arquivo 64/15 e ao Lab.EX pelos territórios citados acima, o COATO dá início ao processo criativo do novo espetáculo, com título SEM TERRA, com estreia prevista para maio de 2026. Com oito apresentações previstas, a obra será uma criação coletiva e filosófica, centrada em questões como a formação da terra, os direitos territoriais e a (re)existência de povos originários. Entre as referências conceituais estão os pensamentos de Ailton Krenak, Beatriz Nascimento e Negro Bispo.
O projeto vai realizar ainda a quarta edição do “Liquidificador de Mídias”, a ocorrer em novembro deste ano, em Salvador, como parte da segunda etapa do Território Expandido. Serão três dias de programação com espetáculos, oficinas, conversas e shows. O evento é também um espaço de pesquisa intitulado “Arte Global e Local”, tema inaugural do projeto, reafirmando o compromisso do COATO com práticas artísticas que dialogam com múltiplos territórios.
O Território Expandido marca o início de uma nova fase para o COATO, reafirmando seu compromisso com uma arte descentralizada, crítica e plural. “Esse projeto é uma conquista simbólica e prática, pois é o nosso primeiro edital de manutenção. O grupo estava desfragmentado desde a pandemia, e o Território Expandido nos reagrupa, nos devolve a possibilidade de criar juntos. É também uma celebração, porque reencontramos o FESTAC, uma ação que acompanhamos desde a origem”, destaca Marcus Lobo, integrante e fundador do coletivo.
Coletivo
Fundado em 2013 na Escola de Teatro da UFBA, o COATO consolidou uma poética baseada na criação compartilhada, na hibridização de linguagens e no tensionamento entre arte e política. Em sua trajetória, produziu obras como “Estrelas Derramadas” (2013), “Maçã” (2016), “Eu é Outro” (2017), “Inimigos” (2021) e “Após” (2021), além de criar projetos como o Lab.Ex e o Liquidificador de Mídias – este último, um mini festival que mistura teatro, música e formação, cuja quarta edição acontece em novembro deste ano, em Salvador.
Território Expandido: Arte Local e Global marca o fortalecimento da pesquisa continuada do COATO, reativa vínculos com os territórios que atravessam a origem e o percurso de seus integrantes, muitos deles vindos do interior da Bahia, e reafirma o compromisso do Coletivo com uma arte descentralizada, crítica e plural – que se faz entre o local e o global, entre o corpo e a história, entre o agora e a memória.
Este projeto foi contemplado nos Editais da Política Nacional Aldir Blanc Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura do Estado via PNAB, direcionada pelo Ministério da Cultura – Governo Federal.