Exposição “Guerra e Paz” de Portinari na cidade de São Paulo
O Projeto Portinari e a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo anunciaram oficialmente, nesta terçafeira,18 de outubro, a vinda da exposição Guerra e Paz, de Portinari na cidade de São Paulo.
A mostra será inaugurada no dia 6 de fevereiro de 2012, em homenagem ao cinquentenário de morte do pintor, e ficará aberta ao público até o dia 21 de abril. O local escolhido para receber os painéis foi o Salão dos Atos, que abriga o Painel Tiradentes, no Memorial da América Latina.
“O Memorial da América Latina, concebido por Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer, carrega o ideal da integração dos povos, uma bandeira brasileira pela paz”, comenta João Candido Portinari, Fundador e Diretor Geral do Projeto Portinari, responsável pela realização do Projeto Guerra e Paz. “Vai ser uma oportunidade ímpar para o público confrontar três das obras máximas de Portinari: Guerra e Paz, e Tiradentes, este pintado apenas três anos antes do pintor iniciar os trabalhos para os murais da ONU”, completa.
“Além de dispor do espaço ideal para apreciação dos painéis ‘Guerra’ e ‘Paz’, pois cada um contém 14m de altura por 10m de largura, o Memorial está localizado em uma área de fácil acesso a toda a população”, acrescenta Maria Duarte, Diretora-Executiva do Projeto Guerra e Paz.
A Exposição Guerra e Paz, de Portinari em São Paulo apresentará os painéis erguidos pela primeira vez após o trabalho de restauro, realizado entre fevereiro e maio de 2011, e reunirá cerca de 100 dos estudos originais preparatórios de Portinari para ‘Guerra’ e ‘Paz’, estes em première mundial, já que nem o próprio pintor teve a oportunidade de vê-los em seu conjunto, além de documentos históricos que contam em detalhes toda a trajetória de criação deste monumental presente do Brasil para a sede da ONU, em NY.
“O Projeto Guerra e Paz é uma oportunidade ímpar de disseminar ao grande público valores universais, por meio da obra-prima de Portinari que apresenta valor artístico inegável”, diz Maria Ignez Mantovani, diretora da Expomus, empresa responsável pela coordenação do projeto.
Entre 1952 e 1956, Candido Portinari (1903-1962) se dedicou a ‘Guerra’ e ‘Paz’, seus dois últimos e maiores murais, encomendados pelo governo brasileiro para a sede da ONU. Os painéis são compostos, ao todo, por 28 placas de madeira compensada naval, com 2,2 metros de altura por cinco metros de largura e pesando 75 quilos cada uma. A área total pintada nos painéis, uma superfície de 280 metros quadrados, é maior do que o do Juízo Final, de Miguel Ângelo, na Capela Sistina.
Localizados em local nobre, no hall de entrada da Assembléia Geral das Nações Unidas, mas de acesso restrito aos delegados das Nações, os painéis não podem ser vistos pelo público ― nem mesmo durante as visitas guiadas da ONU ― por razões de segurança. Por esse motivo, o Projeto Portinari sempre sonhou em trazê-los para o grande público.
Em 2007, o anúncio de uma grande reforma no edifício da ONU, realizada entre 2010 e 2013, proporcionou a oportunidade inédita, tão esperada, de expor os painéis ‘Guerra’ e ‘Paz’ no Brasil e no exterior.
Resultado de mais de três anos de empenho e articulações do Projeto Portinari com a ONU, com o Governo Federal, instituições internacionais e empresas estatais e privadas, finalmente, com o apoio financeiro do BNDES, o Projeto Guerra e Paz é, hoje, uma realidade.
“Para o BNDES, como banco público, não é só uma obrigação, mas uma honra ter apoiado o restauro dessa obra e permitir que ela possa estar aberta ao publico, disponível para os brasileiros apreciarem-na antes que ela corra o mundo e depois volte ao seu lugar, que é a sede das Nações Unidas. Além de constituírem uma das obras mais emblemáticas de Candido Portinari, os painéis são também instrumentos de difusão da arte e cultura do Brasil no exterior”, afirmou Luciano Coutinho, presidente do BNDES.
Em dezembro de 2010, o retorno de ‘Guerra’ e ‘Paz’ ao Brasil foi celebrado com a exposição dos painéis no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O evento reuniu mais de 44 mil pessoas em apenas 12 dias. Em seguida, passaram por um minucioso trabalho de restauro no Palácio Gustavo Capanema, em ateliê aberto ao público, durante quatro meses. São Paulo é o primeiro destino da fase itinerante das obras, que depois farão escala em outras cidades do mundo, como Hiroshima e Oslo (por ocasião da entrega do Prêmio Nobel da Paz em dezembro de 2012).
“É um orgulho muito grande para São Paulo receber esses trabalhos e possibilitar que eles fiquem ao lado de outra grandiosa obra de Portinari, que é o painel Tiradentes. O Projeto Portinari, junto com todos os patrocinadores, dá a oportunidade única para que todos os brasileiros conheçam os dois trabalhos mais importantes do artista”, afirmou o Secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo.
Além da fundamental parceria com o BNDES, a itinerância em São Paulo é apresentada pela Brazilian Finance and Real Estate (BFRE), companhia referência no mercado brasileiro na estruturação de negócios financeiro-imobiliários para pessoas físicas e jurídicas.
“É de suma importância apoiar a iniciativa do Projeto de possibilitar que o público brasileiro aprecie as obras mais importantes de Portinari. Com o patrocínio, reforçamos o compromisso da BFRE em tornar acessível a magnitude destas peças e de divulgar gratuitamente a cultura brasileira a um maior número de pessoas”, afirma Fabio Nogueira, fundador e diretor da BFRE.
A Exposição Guerra e Paz, de Portinari conta também com o patrocínio de O Boticário e do Banco do Brasil, além do fundamental apoio da ONU, do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Cultura. As empresas Redecard e Queiroz Galvão Exploração e Produção também patrocinam o projeto.
O Projeto Portinari conta com o apoio do Ministério da Cultura e da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e o patrocínio da Queiroz Galvão Exploração e Produção, do IBOPE e da Megadata. www.portinari.org.br