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Maus tratos em casa: sinal de alerta total!

Em um dia ensolarado a professora identifica um aluno com uma blusa que ele não quer tirar de jeito nenhum. As semanas passam e o menino vai ficando cada vez mais calado, irritado e agressivo com os outros colegas. Em breve ele aparecerá com um olho roxo ou com marcas pelo corpo. O professor, então, pode ligar o seu sinal de alerta total, pois essa criança possivelmente está sofrendo violência doméstica.

Crianças que são muito agressivas com os demais, que tem reações explosivas são as que provavelmente sofrem agressões em casa ou são expostas à violência doméstica. Quando a criança é agressiva com outros é porque alguém é assim com ela ou estão  ensinando isso a ela. Se ela é grosseira com um colega na escola e a professora a pune também com agressividade, perpetua o círculo de violência. Cuidado com os exemplos!

Quando o professor identifica uma criança ou jovem com marcas de surras ou espancamentos, deve conversar em particular com esse aluno, perguntando o que está acontecendo e se pode ajudá-lo de alguma forma. É importante mostrar ao jovem ou criança que se está preocupado com sua segurança e bem estar e que deseja auxiliá-lo de alguma forma. Se o professor não conseguir nada na primeira vez, deve insistir, mas com muita delicadeza e cuidado. Vale a pena investir em trabalhos em classe sobre proteção e direitos das crianças, instruindo a vítima e mostrando sua preocupação.

A direção e a coordenação da escola devem ser avisadas para darem apoio ao trabalho do professor e, principalmente, à segurança da criança.

Quando se tem suspeita de que um aluno está sendo agredido em casa, a escola deve convocar imediatamente algum responsável pela criança, de preferência alguém em que ela confie e que não seja o agressor. A escola deve fazer perguntas e tentar entender o que está acontecendo, explicando o sofrimento da criança e as consequências danosas sofridas pela mesma. É importante oferecer ajuda, fazendo encaminhamentos à rede de assistência social, que terá melhores condições de ajudar e proteger a criança.

A escola não pode se omitir diante de um caso ou de uma suspeita de agressão ao menor, pois ele é inclusive amparado por leis e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Recentemente temos a Lei da Palmada já aprovada pela Câmara dos Deputados e aguardando aprovação do Senado.  Essa lei prevê punição aos agressores de crianças e adolescentes.

As crianças devem ser protegidas sempre, principalmente quando os agressores são aqueles que primeiro deveriam resguardá-las. A violência doméstica é uma das primeiras formas de agressão a que a criança é exposta, justamente no lugar em que ela deveria sentir-se mais segura. Ficaremos de braços cruzados?

Jéssica A. Fogaça (foto) é Psicóloga Infantil Comportamental e Arte Educadora