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Câmara discute impasse no Sindicato dos Rodoviários

PMVC

 
A audiência, que foi uma iniciativa do mandato do vereador Cícero da Hospec (PV), discutiu sobre a não realização da eleição da diretoria do Sindicato dos Rodoviários. Plenário Carmem Lúcia literalmente lotado.

Na noite desta terça-feira (26), a Câmara Municipal realizou, no Plenário Vereadora Carmem Lúcia, audiência pública para debater o impasse da eleição para o sindicato da categoria realizado em dezembro no ano passado. A audiência, que foi uma iniciativa do mandato do vereador Cícero da Hospec (PV),discutiu sobre a não realização da eleição da diretoria do Sindicato dos Rodoviários.

O vereador Cícero da Hospec (PV), mostrou apoio aos rodoviários. ”Estou aqui para um debate democrático, onde a democracia vai prevalecer. Vamos exercê-la, porque estamos aqui hoje graças ao povo e vamos trabalhar nessa causa. Meu mandato está à disposição dos rodoviários de conquista”, afirmou.

O representante da chapa de oposição, Álvaro Silva, explicou a importância da audiência para a categoria. “O que nos trouxe aqui foi um clamor pelas melhorias nas condições de trabalho e pela justiça na escolha dos representantes dos rodoviários. Agradecemos o apoio para o acontecimento dessa audiência para falar sobre as injustiças contra a chapa 2”, disse.

O advogado dos requerentes, José Antônio Alcântara destacou a relevância dos rodoviários para o município. “Todos os setores se movimentam porque tem um motorista e um cobrador por trás. Queremos que esses trabalhadores tenham orgulho da sua profissão. O papel do sindicato é defendê-los, contudo, há mais de vinte anos a outra chapa está no poder. Nós vamos vencer essa causa, porque o que está em jogo é a vida dos trabalhadores e dos seus familiares”, finalizou.

Para o também advogado dos requerentes, Danilo Bastos, a audiência pública é uma iniciativa muito importante. “Gostaria de agradecer o empenho por deixar transparente essa situação, a Câmara Municipal está mostrando realmente a sua finalidade, mostrando o que deve ser feito para o povo, o que deve ser revisto. Através de bastante trabalho e empenho a gente vem tentar mudar essa realidade, pois os rodoviários transportam todos aqueles que trabalham todos os dias e são fundamentais para a cidade”.

O vereador Arlindo Rebouças (PMN), questionou o abuso de poder de alguns sindicatos. “Posso falar que fomos nós que começamos essa luta, porque sabemos que em Conquista nós temos sindicatos que têm dono. Os trabalhadores não sabem a força que têm, porque se soubessem, os donos seriam os trabalhadores. Nós temos aqui na cidade uma empresa de ônibus que lutamos há anos para quebrar o monopólio, mas eles não saem do poder. Por que não quebrou o monopólio? Eu vou procurar essas respostas, porque eu acho que o trabalhador tem que ter essa
resposta. Nós queremos dizer que a força está com vocês, e eu tenho certeza que a lei também. A luta não é dos rodoviários, a luta é da democracia”, declarou.

Para o vereador Coriolano Moraes (PT), a audiência pública foi uma decisão sábia. “O exercício da cidadania começa assim. A gente entende que a luta de vocês irá se fortalecer quando o interesse for coletivo, para buscar atender aos interesses de todos. A cidade pode continuar dando exemplo nesse sentido, eu entendo que o Conselho Municipal de Educação, por exemplo, se tornou uma referência para a formação de conselhos em toda a cidade e na Bahia, porque os interesses eram puramente coletivos, sem nenhum direcionamento político. A gente não pode querer aproveitar o momento para confundir as coisas, porque o direito do povo requer participação popular, diálogo, e é assim que se transcendem as concepções religiosas, individuais e políticas. Essa casa tem esse desafio”.

O vereador Nelson de Vivi (PCdoB), mostrou apoio aos rodoviários e afirmou que participa da luta há muitos anos. “Com muito orgulho posso dizer que sou um ex-rodoviário, e a minha saída foi por conta da luta por melhorias nos salários. Hoje o que nós vemos é que o poder continua na mão das mesmas pessoas de antigamente. Quero parabenizar todos os rodoviários e todas as pessoas que estão apoiando, porque nós fazemos parte dessa luta e vamos continuar combatendo essa ausência de democracia. Temos que lembrar também das empresas que estão em conluio para manter essa pessoa que está há tanto tempo no poderesse acúmulo de força e essa coragem são preponderantes para lutar por uma
eleição democrática”, disse.

O vereador Sidney Oliveira (PRB), reafirmou apoio ao sindicato. “Afirmo mais uma vez para o sindicato que estou à inteira disposição em defesa da categoria, e também da democracia, porque não podemos viver com um monopólio em um setor tão importante como o dos rodoviários. Queremos uma eleição justa, colocando pessoas realmente capacitadas e expulsar essa ditadura. Eu só lamento a ausência do outro lado. Vamos defender com unhas e dentes a democracia”, afirmou.

O integrante da chapa 2, senhor Adriano Silva, destacou a importância do apoio dado pela Câmara. “Agradecemos por esse espaço para falar sobre esse problema que já não é segredo para ninguém. Pedimos a solidariedade dos senhores vereadores para resolver esse impasse, porque essa força de vocês é boa para a gente”.

Para a integrante do movimento estudantil, Aline Lima, a luta tem que continuar. “Nós estamos com vocês nessa causa e iremos lutar junto, vocês não podem desistir de brigar por aquilo que o povo quer, lutar pela democracia”, declarou.

O vereador Hermínio Oliveira (PDT), finalizou a audiência destacando o apoio que o Legislativo tem dado aos rodoviários. “Estamos acompanhando desde dezembro do ano passado esse impasse e o papel da Câmara está sendo feito, que é o de intermediar o diálogo, fazendo o que é certo, lutando pelos interesses do povo”, pontuou.

Na audiência, também estiveram presentes os vereadores Ricardo Babão (PSL) e Adnilison Pereira (PSB).

Entenda  o caso:

O Sindicato dos Rodoviários é formado por motoristas e cobradores principalmente da Viação Serrana e Viação Vitória. A atual diretoria está no poder há mais de 20 anos. Inconformados com a situação, oposicionistas criaram uma chapa para concorrer às eleiçõesque, afinal, ocorreram no inicio deste ano. Acontece que havia o registro da chapa concorrente ,que foi registrada mas impugnada no momento do pleito.  Entretanto, a diretoria no poder reagiu e criou o impasse.

A Chapa 2, encabeçada por Álvaro Silva Souza, queria transformar o Sindicato dos Rodoviários de Vitória da Conquista e estava otimista para a vitória nas urnas do ia 3 de janeiro. “A gente está buscando mudar esse Sindicato que nunca fez nada pela categoria e agora estamos com inovação buscando novos projetos para os rodoviários e estamos achando o apoio de todos. Em todo lugar que passamos somos recebidos com carinho. Temos fé na vitória”, disse Álvaro. De acordo com o líder da oposição a atual gestão, Carlos Fernandes, que comanda a instituição por três décadas, tem promovidos ações para dificultar a sua campanha. Souza acusa Fernandes da autoria da destruição de vários materiais, como por exemplo, faixas espalhadas na cidade. “Temos imagens dele e de pessoas ligadas a ele destruindo nossas faixas, mas nada disso nos intimida, estamos firme no nosso proposito e vamos até o fim que é a presidência do Sindicato dos Rodoviários”, disparou.

 

Ministério Público do Trabalhoquer anular eleição no Sindicato dos Rodoviários de Vitória da Conquista

Abaixo-assinado com 542 assinaturas pede intervenção da autoridade

O Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia pediu a anulação da eleição da diretoria do Sindicato dos Rodoviários de Vitória da Conquista.

A ação civil pública questiona os métodos utilizados pela atual direção, encabeçada porCarlos Fernandes Santos, que há 20 anos comanda a entidade, para acondução do processo.

O MPT aguarda o pronunciamento da Justiça dotrabalho em relação ao pedido de liminar que destituiria a atualdireção e convocaria novas eleições a serem realizadas sob oscritérios da legislação e do Estatuto da entidade.

Na ação, o MPT solicita ainda que a Justiça do Trabalho apliquemulta por danos morais coletivos de R$500 mil, a ser paga pelosmembros da direção. No pleito deste ano, realizado no dia 3 dejaneiro, a única chapa de oposição teve seu registro cancelado.

Pela primeira vez na história, após a intervenção do MPT, foipossível a inscrição de uma chapa concorrente, pois os rodoviáriosnão sabiam quando ocorriam as eleições, nem como poderiamconcorrer à direção do Sintravc, já que o presidente da entidadenunca permitiu que os trabalhadores tivessem acesso ao EstatutoSocial do Sindicato.

Segundo o procurador Luiz Felipe Costa – autor da ação em parceriacom a também procuradora Flávia Vilas Boas e com o procuradorchefedo MPT na Bahia, Pacífico Rocha –, “é necessário que ostrabalhadores possam ter o direito de escolher livremente seusrepresentantes sindicais, sem que pretensos donos do Sindicatocontinuem agindo em nome de uma suposta e falsa liberdade eautonomia sindicais com condutas antidemocráticas, arbitrárias eirregulares no tocante às eleições sindicais, visando à manutenção

vitalícia no poder.” Ele informa que o MPT em Vitória da Conquistarecebeu abaixo-assinado com 542 assinaturas pedindo intervenção nocaso.

Em agosto de 2012, houve uma denúncia ao MPT e o sindicato chegou a assinar acordo se comprometendo a realizar a eleição com adevida publicidade e com uma comissão eleitoral imparcial. Noentanto, a direção descumpriu o ajuste e tentou impugnar a chapaconcorrente de forma sigilosa e fora do prazo, o que não foiaceito pela comissão eleitoral. Após intimidações e ameaças,membros desta comissão eleitoral preferiram renunciar, o queocorreu após às 19h30 do dia 27/12. No mesmo dia, o presidenteCarlos Fernandes nomeou nova comissão eleitoral, que aceitouimpugnar a chapa concorrente, mesmo sem que houvesse elementoslegais para tal.