TJ-ES determina intervenção na Igreja Maranata
A Justiça do Espírito Santo determinou que um administrador judicial comande os setores administrativo e financeiro da Igreja Maranata. O novo gestor deverá ser nomeado nos próximos dias. As informações são do portal Conjur.
A escolha inicial, citada em decisão judicial, foi pelo nome do perito Jerry Edwin Ricaldi Rocha, que recusou a indicação na última segunda-feira (25/3). Segundo o Tribunal de Justiça do Espírito Santo, os pastores comandarão apenas as atividades religiosas.
Pastores são apontados como agentes intelectuais que estariam interferindo no curso de investigações, ameaçando e intimidando testemunhas e até membros do Ministério Público e do Judiciário.
A Igreja Cristã Maranata é investigada pelo Ministério Público desde março de 2012, por crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, tráfico de influência, falsidade ideológica e desvio de dinheiro público.
A decisão foi proferida no dia 22 de março, mesmo dia em que quatro pastores da igreja, incluindo o presidente, foram liberados da prisão. Eles tinham sido presos dez dias antes por coagirem testemunhas.
No final do ano passado a Justiça já tinha afastado toda a cúpula da igreja, incluindo seu presidente histórico, Gedelti Gueiros. Foram os próprios pastores da Maranata que indicaram os novos administradores, comandados pelo pastor Elson Pedro dos Reis.
Mas, ao longo dos últimos meses, segundo os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), as decisões da Justiça não vinham sendo respeitadas. Os administradores afastados continuavam a se reunir e, segundo as acusações, estavam ameaçando testemunhas.
Segundo a denúncia, pelo menos 20 pessoas foram coagidas a mudarem depoimentos prestados à Justiça e sete delas chegaram a alterar suas declarações. O objetivo era impedir a apuração dos desvios praticados por membros da cúpula da igreja, que podem ter resultado em um rombo de R$ 21 milhões.