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Toda nação expurga suas mazelas

Por G. C. Britto (engo civil e sanitarista) gutembergcbritto@gmail.com

Os fenômenos, de qualquer natureza, que surgem na face da terra, estão submetidos às Leis da Dialética. A prática fidedigna da democracia é uma obediência a essas leis. Os gregos, tendo Heráclito à frente, foram os primeiros a perceber a existência delas. É lamentável que os governantes, ao longo da história, as tenham  ignorado e, em decorrência, os povos tenham sofrido sucessivas tragédias. Por oportuno, é de se lembrar de Platão, quando dizia que seria bom para as nações se todos os governantes fossem filósofos.

Um bom exemplo da inobservância dessas leis foi o que aconteceu nos EUA em 1941.

Naquela época, todos os recursos daquele País foram convergidos pelo Presidente Roosevelt e pelo Congresso Norte-Americano para fabricar insumos de guerra, desde ração para os soldados até porta-aviões. Sem essa atitude, os aliados perderiam a guerra. Entretanto, terminada a tragédia, todo aquele aparato bélico se transformou, automaticamente, no famigerado Complexo-Industrial-Militar, ao qual o exercício da democracia naquele grande País vem se subordinando, desde então. O fato é tão grave, que foi denunciado pelo Presidente Eisenhower no seu discurso de transmissão do cargo para o Presidente recém eleito, John Kennedy. Comprometer o pleno funcionamento da democracia significa atingir o âmago do ser humano, cerceando a sua liberdade. Não subsiste nenhum sistema de governo que assim procede. Exemplo semelhante ocorreu com a URRS. A experiência de se implantar o socialismo à força, deu no que deu. Um partido burocrata, hegemônico, agindo em nome dos trabalhadores, sufocou-os e apoderou-se do Estado.  Não durou mais do que 70 anos.

Aqui, no Brasil, o povo tem padecido com seguidas administrações desastrosas, de entreguistas a perdulárias, desde que Getúlio pois fim a sua vida, em 24 de agosto de 1954.

Observem o fato estarrecedor decorrente da investigação da corrupção que estamos a assistir.

Nada acontece por acaso. Os militares tiveram de intervir no governo do Brasil, em 64, para evitar que este fosse invadido pelos EUA. Implantaram um governo pseudodemocrático, consistindo de eleições indiretas para Presidentes, desde que fossem militares, e mantendo o Congresso em perfeito funcionamento, claro, com maioria governista. A consecução dessas diretrizes só foi possível através da corrupção. Como? Sabem-se que eleições custam os olhos da cara. Onde arranjar tanto dinheiro para eleger um Congresso com maioria governista? Ora, através das empreiteiras. Naquela época, grandes obras de infra estrutura foram postas em andamento, com custos superfaturados. Uma parte do dinheiro era destinada ao financiamento das campanhas políticas. A outra parte ia, é claro, para os caixas das empresas.

Graças a esse artifício, essas empreiteiras cresceram, exponencialmente, da noite para o dia, e se acostumaram com esse procedimento, até que as artimanhas fossem descobertas. Na realidade, os fatos são mais complexos, pois envolvem banqueiros nacionais e do exterior para lavar dinheiro, e de autoridades políticas diversas. Mas, em resumo, foi um conluio de ricos e de seus representantes políticos, com o objetivo único de saquear a Nação.

Graças ao funcionamento democrático das instituições policiais e judiciais do País, tem-se o privilégio de assistir a toda essa investigação que está em curso e o desdobramento da mesma, mostrando-nos a extensão de toda a rede de implicados, e a consequente emissão de sentenças. A Nação Brasileira está expelindo suas sujeiras, à semelhança de outras mais civilizadas. Ninguém consegue enganar todos durante muito tempo. Como o povo sentencia, “um dia a casa cai”.