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A antevisão do ocaso de um império

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G. C. Britto (engo civil e sanitarista) gutembergcbritto@gmail.com

Nos fins do Século V caiu o Império Romano do Ocidente. As principais causas foram os movimentos internos de resistência dos escravos e colonos e as invasões das tribos bárbaras. A insatisfação do povo contra o governo era tanta que o levou a cooperar com os invasores. O fausto na Corte Romana promovia  o mal estar contínuo da população. O poder se degenera com o tempo. Paralelamente a ele, se constrói uma corte parasitária que lhe empresta assessoria  para a  condução de negócios escusos. Esse fenômeno é uma marca registrada na história, pois é imune ao tempo. É observado em todas as épocas.  O enriquecimento ilícito é sempre o objetivo, como nos dias atuais.

 Amschel Moses Rothschild, disse certa vez: “Deixe-me emitir e controlar o dinheiro de uma nação e não me importarei com quem redige as leis”. O velho Rothschild conhecia bem o que estava expressando. O estabelecimento de seus cinco filhos nas cinco principais capitais financeiras da Europa (Frankfurt, Paris, Londres, Nápoles e Viena) permitiu-lhe controlar as finanças  daqueles países. Mas, ele foi adiante. A Casa Rothschild conseguiu ser o tesoureiro principal da Santa Aliança,  um tratado se segurança, assinado em 1815, no Congresso  de Viena, por Rússia, Áustria e Prússia. Observem que a promiscuidade entre negócios públicos e privados vem de longe. Continua,  nos dias atuais, a desenvoltura  da máfia financeira, sediada nos EUA, para controlar o dinheiro em todo o mundo.

Em 23/12/1913, foi cometida a maior fraude, de que se tem notícia, contra o povo norte-americano. Com o Congresso em recesso, três senadores apenas, à surdina, se apresentaram em Washington,  para aprovar a lei que criou o Federal Reserve Bank (FED), o banco central privado norte-americano. Anteriormente, por não se submeterem aos interesses dos banqueiros, dois presidentes foram assassinados, Abraham Lincoln e James Garfield. O FED consolidou o poder da máfia financeira. Pode-se afirmar, sem nenhum exagero, que os três poderes da república norte-americana são reféns dessa máfia. Foi ela a principal responsável pela eclosão das duas últimas grandes crises econômicas que abalaram o mundo, em 1929 e 2008. Ela tem influência decisiva na formulação da política exterior dos EUA. Hoje, o cavalo de batalha dela é o neoliberalismo, a teoria do Estado Minúsculo.

 Com tantos crimes praticados contra o povo norte-americano, era necessário encobri-los com  majestosos cenários. Há dois principais, o religioso e o bélico. O culto à Bíblia nos EUA é apoteótico. Permitiu a  instituição do fundamentalismo  evangélico, como forma velada de religião de Estado. Como tal, desejam para exportação os evangélicos de lá.  Naquele País, o Presidente da República, no ato da sua posse, usa a Bíblia e não a Constituição para prestar juramento. De igual forma procedem os membros e testemunhas do tribunal do júri ou de qualquer outra cerimônia em que haja juramento.  O segundo grande cenário é o comércio legal de armas e munições.  Ao povo, em geral, é concedida a permissão para adquirir armas de qualquer tipo. Basta ter dinheiro. Transparece, à primeira vista, uma democracia perfeita.

A ditadura do capital, como estamos a assistir, sufoca os povos e compromete a vida  democrática. Um país tão rico e poderoso como o Norte-Americano, deveria ser o espelho para o mundo, quanto à civilidade e à qualidade de vida, traduzida na saúde pública, educação, segurança pública e previdência social. Não é bem assim. Constata-se nos EUA uma gigantesca e imoral concentração de renda, terreno fértil para o desenvolvimento de trágicas desavenças sociais futuras. E o povo de lá é bom de briga!