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Brasileiros perdem em pontos acumulados nos programas de fidelidade

Milhas que poderiam servir de grande ajuda em momentos de crise, estão sendo perdidas por falta de resgate

Todo brasileiro já percebeu que a situação econômica está mudando radicalmente seus hábitos. A insegurança gerada pela queda no rendimento das famílias está levando o consumidor a ser mais cauteloso e planejado quanto aos gastos realizados. Se antes o brasileiro estava se acostumando a viajar nas folgas, agora a realidade é outra: de acordo com a Abear (Associação Brasileiras das Empresas Aéreas), tanto oferta quanto demanda dos voos no Brasil deve cair consideravelmente em 2016.

Como muitos brasileiros cortaram este tipo de despesa do orçamento, viajar já não está entre as prioridades. A busca por passagens caiu e o mercado amargou queda na procura por passagens até mesmo no período de férias: a demanda por voos em janeiro deste ano registrou queda de 4% em relação ao mesmo período do ano passado.

O setor já amarga um semestre inteiro de perdas na demanda por voos domésticos: o ano de 2015 foi de forte queda na procura de passagens aéreas, forçando as companhias a reduzirem a oferta por voos em 2,38% em comparação com o período anterior. A expectativa de recuperar essas perdas no período de férias, compreendido entre os meses de dezembro e janeiro, também foi frustrada – números negativos aumentaram o estado de alerta das companhias.

Juntas, as operadoras aéreas que fazem voos domésticos no Brasil tiveram uma perda de quase dois pontos percentuais no número de passageiros transportados no último ano. Além disso, a expectativa do setor é que essa queda se acentue ao longo do ano: desvalorização da moeda, alta do dólar e necessidade de reajuste dos salários do setor devem elevar o preço das passagens, acentuando o desinteresse do consumidor.

Medidas para atrair o passageiro

Prática habitual das grandes empresas de aviação, os programas de fidelidade têm servido de recurso para aqueles que não podem deixar de viajar, e de atrativo para conquistar novos clientes. Numa época em que se prioriza o custo da passagem, diversas gigantes do setor têm buscado parcerias como forma de aumentar a pontuação dos associados brasileiros, e tornar o preço das passagens mais atraentes.

“O turista pode até adiar a viagem de férias, mas o empresário nem sempre pode fazer o mesmo com sua viagem de negócios; por isso temos visto parcerias das principais companhias afim de beneficiar os associados aos programas de fidelidade, especialmente para trechos internacionais.” – explica Francisco Lobo da Cash Milhas. A medida tem sido uma ferramenta das empresas aéreas para driblar a queda na procura por passagens aéreas para trechos internacionais: recentemente a Gol fechou acordo com a Air Canada para o acúmulo compartilhado de milhas, isso significa que o cliente que voar pela companhia canadense, poderá acumular pontos no programa de fidelidade Smiles. A Gol também fechou acordo com a Etihad Airways afim de proporcionar o mesmo benefício ao seus associados que embarcarem pela companhia estrangeira para trechos do Oriente Médio e Ásia. Essa tendência busca impulsionar o acúmulo de pontos por parte dos associados, visto que a busca por voos internacionais caiu bruscamente devido à alta do dólar.

Porém essas medidas não são tomadas somente para beneficiar o passageiro, as companhias aéreas têm motivos de sobra para investir nos programas de fidelidade como forma de aumentar a receita. O acúmulo de pontos nesses programas pode representar ganho real para as companhias quando os clientes esquecem de resgatá-los.

Atenção para os pontos

Um levantamento do Banco Central, apontou que mais de 53 bilhões de milhas não foram utilizadas pelos clientes associados aos programas de fidelidades e expiraram. Isso somente no ano de 2014. O montante não resgatado pelos clientes, retorna para as companhias e vira receita, ou seja, as companhias se beneficiam da falta de atenção do associado que não resgata os pontos acumulados pelos programas. Esse tipo de lucro é conhecido como breakage, quando a companhia obtém receita sem custos com as milhas do cliente, e segundo o Banco Central, representou 17% das 992 bilhões de milhas que o passageiro brasileiro acumulou entre 2010 e 2014. Todo esse volume de pontos poderia ser trocado em passagens, prêmios ou vantagens diversas que ajudariam o cliente a viajar mais, ter descontos em serviços ou simplesmente lucrar com o benefício.

Se para as companhias esse a falta de atenção do associado pode gerar lucro, é fundamental que o próprio cliente esteja atento a data de expiração de seus pontos. O resgate de pontos dentro do prazo é determinante para que o programa seja vantajoso para o passageiro, se ele acumula pontos e não resgata, os benefícios da fidelidade não são revertidos ao cliente. Algumas medidas podem ser tomadas para que o cliente não sofra este prejuízo: atentar-se ao prazo do contrato e a data em que os pontos expiram, consultar regularmente o número de pontos acumulados e outros benefícios além da conversão dos pontos em passagens. “Nem sempre o cliente pode programar uma viagem dentro do prazo em que esses pontos expiram. Nesse caso, a negociação de milhas também é uma saída vantajosa para os clientes dos programas de fidelidade.” – aponta Lobo.

Projeto de lei visa acabar com prazo

As frequentes reclamações dos usuários deste tipo de programa podem ter suas queixas atendidas através do projeto de Lei PLS 642/2015 – ainda em tramitação o projeto visa acabar com o prazo limite para que os clientes façam uso dos pontos acumulados. Além disso o projeto quer garantir o conhecimento do consumidor sob qualquer mudança na regulamentação do programa de fidelidade ao qual é associado, com antecedência mínima de 90 dias. De acordo Magno Malta, senador responsável pelo projeto, o prazo estipulado pelas empresas atualmente é unilateral, e na maioria das vezes, prejudica o cliente. Enquanto ainda segue em projeto e não se torna lei de fato, é fundamental que o associado fique atento aos prazos e busque fazer uso de seus benefícios afim de não sentir lesado.

Fonte: cashmilhas.com.br

Sobre a Cashmilhas

Fundada em 2010, a CashMilhas trabalha exclusivamente com compra de milhas do principais programas de fidelidade do Brasil e no mundo. Visando sempre satisfação do cliente, a Cashmilhas preza pela confidencialidade dos dados, garantindo a segurança nas transações.

Para saber mais: http://cashmilhas.com.br/