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Cinema e arte tomam conta de escola na zona rural de Conquista

 

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A imagem de Charlie Chaplin estampada na porta de entrada da Escola Municipal Francisco Antônio Vasconcelos, no povoado de Cabeceira, região de José Gonçalves, já mostrava que algo diferente acontecia ali nesta terça, 23.

Foi a segunda edição da mostra Cineart Memória, que reúne as diferentes linguagens artísticas em oficinas e exibições de filmes produzidos pelos próprios alunos. Durante todo o ano letivo, o projeto trabalha na sala de aula a produção e a criação dos roteiros, além de preparar os alunos para se tornarem atores, diretores e até mesmo cinegrafistas, com aulas sobre fotografia e de análise fílmica.

Fernanda Oliveira, do 8º ano, foi uma das estudantes que virou atriz. Ela interpretou a jovem namorada que é o motivo da tragédia do filme “Juventude Perdida”, filmado na Praça da Juventude. “Muita gente ajudou e planejou o filme com a gente, com maquiagem, figurino e contribuindo com o roteiro. Com esse projeto, tem quem se identifica com o teatro, com as artes e já é um início”, afirma a jovem, que planeja se tornar uma advogada.

Valdomiro Marques e Maria Dolores
Valdomiro Marques e Maria Dolores ressaltam resultados do projeto

A professora de Artes, Maria Dolores Ribeiro, acredita que um projeto como esse contribui para a formação crítica de cada aluno. “Os alunos conseguem interagir melhor, adotam outra postura diante dos filmes e até em outras situações dentro da escola, a gente percebe as mudanças, inclusive no olhar para as coisas da própria vida”.

Inspirado nos projetos Lentes Rurais e no Festival de Cinema de Bate-Pé, o projeto começou em 2014 em Cabeceira. “Incentivamos os alunos a escrever roteiros, começamos com a produção de um jornal e dele veio a ideia do cinema. A gente viu que eles gostavam e queriam cada um fazer seu filme, cada um construindo seu texto. Percebemos um avanço na questão da leitura e da escrita, principalmente”, avalia o professor de português, Valdomiro Marques. Nesta edição, cinco filmes foram finalizados para a exibição durante a mostra.

“Essa é uma oportunidade de fazer arte com aquilo que você já convive. É um desafio que a comunidade apoia diretamente, a gente vê o resultado em cada ação. É muito gratificante ver os olhinhos dos alunos brilhando quando veem o resultado, como quem não tá acreditando que eles fazem parte de um projeto como esse”, afirma a diretora da escola, Marli Jardim.

A Escola Municipal Francisco Antônio Vasconcelos tem mais de 500 estudantes, com idade entre 11 e 17 anos. Durante todo o dia desta quarta, 23, eles participaram de oficinas de teatro, música, dança, artesanato e pintura, além de assistir aos filmes da mostra.

Oficinas também integraram o Cineart
Oficinas também integraram o Cineart