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Câmara faz sessão em comemoração ao Dia da Consciência Negra

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Imagem Câmara faz sessão em comemoração ao Dia da Consciência Negra e entrega Troféu Zumbi dos Palmares

Na manhã desta quarta-feira, 21, a Câmara Municipal de Vitória da Conquista realizou uma Sessão Especial em comemoração ao Dia da Consciência Negra. Na ocasião, foram entregues também homenagens através do Troféu Zumbi dos Palmares. A vereadora frisou que a Bahia é um dos estados que mais sofre com o racismo e intolerância religiosa. “Mas não nos calaremos. Continuaremos sendo resistência”, afirmou. Nildma defendeu que o Dia da Consciência Negra seja feriado em Vitória da Conquista. “Dessa forma, poderemos estar nas ruas com nossas manifestações culturais”, explicou.

 

 

A professora e militante do movimento negro, Gal Novato, contou sobre seus mais de 35 de militância e destacou que a “escravidão é uma memória celebrada para não ser repetida”. A fim de ilustrar sua afirmação, Gal contou sobre um caso recente envolvendo a escola onde seu filho estuda. “Estão estudando o Brasil Colônia e a professora pediu uma atividade que me causou estranheza. Ela pediu que os alunos fossem vestidos de personagens do período, e que meu filho fosse vestido de escravo”, relatou.

 

A militante conta que esclareceu para a professora que para o movimento negro “a senzala é a interrupção da história, não a sua história”. “Qual o sentido pedagógico de levar uma criança vestida de escravizado, onde a outra irá vestida de proprietário desse escravo?”, questionou. “O sentindo de reviver nos traz as memórias negras doídas e feridas”, explicou. Gal contou também que, para celebrar do dia da Consciência Negra levou o seu filho para passar o dia no Quilombo do Cinzento. “Lugar onde a possibilidade de liberdade existiu. Lá a memória e história dele é guardada com carinho e amor”, disse.

 

 

Do movimento da Capoeira, Antônio Santos Ferreira frisou que a capoeira está presente em Vitória da Conquista desde 1958. Desde então, entusiastas têm levado adiante a tradição. Segundo ele, atualmente, o grupo de 15 mil capoeiristas. Para o capoeirista, o dia 20 de novembro não é de celebração, é momento para a reflexão.

 

Ele propôs aos vereadores estarem mais presentes nas atividades de capoeira e do movimento negro. Ele frisou que capoeiristas também votam e falou de projetos relacionados à prática, como a Casa da Capoeira, que funciona no Centro Cultural Glauber Rocha. Ressaltou ainda a homenagem a Môa de Katendê, assassinado no mês outubro.

 

 

 

 

Fernanda Pereira Chaves é quilombola e estudante de psicologia. Ela iniciou sua fala citando a frase de Makota Valdina: “Não sou descendente de escravos. Eu descendo de seres humanos que foram escravizados!”. Fernanda questionou a ausência dos parlamentares nas comunidades quilombolas. “Sentimos a falta de vocês, senhores. Falta de apoio e respeito a diversidade das comunidades. Nenhum quilombo é igual ao outro”, pontuou. A estudante defendeu também a necessidade de políticas de permanência universitária. “Eu e outras pessoas temos dificuldade em relação ao deslocamento para universidade. Peço a elaboração de projetos e apoio como a Casa do Estudante Quilombola”, solicitou.

 

 

 

União pelo combate ao racismo – O coordenador municipal de Promoção de Igualdade Racial, Alberto Gonçalves, disse que é preciso que a população negra esteja unida para buscar a quebra do racismo e do preconceito. “A gente enquanto povo deve estar unidos. O objetivo deve ser um só para que o preconceito e o racismo em nossa cidade possa de fato ser quebrado. Nós enquanto negros precisamos estar unidos”, disse Gonçalves

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Ele ressaltou que a população de Vitória da Conquista é majoritariamente negra. “Basta ir às periferias, às comunidades quilombolas, às casas de santo enxergar que a nossa população é uma população negra”, disse Alberto.

 

O coordenador ressaltou que o município vive um momento em que a juventude está sendo exterminada. “Está acontecendo em nossa cidade um extermínio de jovens. Esses jovens tem pai? Tem mãe? O que está faltando? São as políticas públicas para a juventude. Está faltando mecanismos para que esses jovens não caiam no mundo da droga, não caiam no descaso”. Ele ponderou, no entanto que o Governo Municipal tem se movimentado em busca de garantir os direitos da população negra. “A nossa coordenação tem feito tudo aqui que é de direito do povo negro”, disse Alberto, que elencou algumas ações:

• Dia de Impacto de combate à intolerância religiosa; • Curso de capacitação para agentes políticos; • Cursinho pré-vestibular no mercado do bairro Brasil.

 

 

Atividades precisam de mais participação – O coordenador do Conselho Municipal de Igualdade Racial, João Silva, lamentou que a comunidade pouco compareça às atividades realizadas com o objetivo de trabalhar a consciência negra. “A gente está procurando lutar, está tendo apoio do governo e a comunidade negra, a comunidade do povo de santo em massa não está aproveitando a oportunidade. A gente tem que dar valor à nossa cultura. A gente tem que se reconhecer e lutar, buscar os nossos resultados”, disse João.

 

Na sessão solene foram homenageados com o troféu Zumbi dos Palmares:

 

Fernanda Pereira Chaves

 

Joselito Chaves dos Santos

 

Jorge