A dependência química é uma doença crônica, progressiva e potencialmente fatal

“Tentar enfrentar sozinho torna tudo mais difícil’, alerta especialista sobre dependência química.
Caminho para a recuperação envolve tratamento especializado, apoio familiar e mudanças de hábitos
A dependência química é uma doença crônica, progressiva e potencialmente fatal se não for tratada de forma adequada.
Segundo a psicóloga Aline Gonzaga, gestora técnica da clínica Vale Viver, a recuperação exige acompanhamento médico, suporte psicológico e motivação pessoal.
A especialista alerta ainda para a importância do envolvimento familiar no tratamento.
A psicóloga explica que a dependência química afeta não apenas o indivíduo, mas todo o seu entorno emocional.
“Muitas vezes, os familiares tentam ajudar, mas acabam adoecendo junto e se tornando codependentes”, observa.
Por isso, ela defende que a família também participe do tratamento, recebendo orientação e suporte psicológico.
“Quando a família entende a doença e sabe como agir, ela se torna um fator de proteção, e não um obstáculo, para a manutenção da sobriedade”, afirma.
“Tentar enfrentar sozinho torna tudo mais difícil.
O acompanhamento de um especialista é essencial”, destaca a psicóloga.
Ainda de acordo com a especialista, o sucesso do tratamento é medido pela capacidade de o paciente manter-se em abstinência.
“Quanto mais tempo a pessoa permanece longe da substância, mais fácil se torna manter a sobriedade, pois os sintomas de fissura vão se tornando mais leves”, explica.
Entre as estratégias eficazes estão o acompanhamento psiquiátrico, a psicoterapia e a participação em grupos de apoio — todos considerados pilares fundamentais para a recuperação.
Disciplina como libertação
Durante o processo de recuperação, a adoção de uma rotina mais disciplinada é essencial para sustentar a sobriedade.
No entanto, Aline Gonzaga alerta que essa estrutura não deve ser confundida com limitação.
“A verdadeira prisão ocorre quando a pessoa está no uso ativo da droga, quando todas as suas escolhas são determinadas pela substância”, explica.
Segundo ela, a disciplina deve ser vista como uma forma de liberdade.
“Mudanças de hábitos — como evitar certos ambientes e pessoas — não são restrições, mas uma forma de construir uma vida consciente, organizada e com novas possibilidades.
A disciplina protege contra recaídas e permite reconstruir a autonomia.”
Quando um vício substitui outro
Um dos maiores desafios após o fim do uso de substâncias é evitar a chamada migração das compulsões — quando o cérebro substitui uma dependência por outra.
“Quando a pessoa interrompe o uso de uma substância sem reorganizar sua forma de pensar, sentir e se comportar, ela pode desviar essa necessidade para outra compulsão: comida, álcool, compras, jogos, sexo ou até atividade física excessiva”, explica o psicóloga.
Por isso, ela reforça que o tratamento não pode se limitar a parar de usar a droga.
“É indispensável o acompanhamento psiquiátrico e psicológico para reorganizar os padrões emocionais e evitar que uma dependência seja trocada por outra”, diz.
Mais informações: Dois Assessoria de Imprensa//Cadu Freitas – Fabiane Pita.

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