Bahia é o estado com maior proporção de jovens de 15 a 17 anos frequentando escolas

Em 2024, Bahia passou a ser o estado com a maior proporção de adolescentes de 15 a 17 anos frequentando escola (95,9%)
** No estado, a taxa de escolarização (proporção de pessoas que frequentam creche, escola ou universidade) também avançou entre crianças de 0 a 3 anos e jovens de 18 a 24 anos, manteve-se em 99,5% na faixa de 6 a 14 anos, mas teve leve recuo entre crianças de 4 a 5 anos;
** Apesar de 9 em cada 10 adolescentes baianos estarem na escola, 1 em cada 4 deles estava atrasado em 2024, ou seja, ainda não tinha chegado ao Ensino Médio;
** Em 2024, a média de anos de estudo subiu para 8,9 na Bahia, chegando próxima ao Ensino Fundamental completo, mas pouco mais da metade (51,4%) dos adultos não haviam concluído o Ensino Médio, e só 1 em cada 10 (13,6%) tinha Ensino Superior completo;
** Em 2024, o número de analfabetos (1,2 milhão de pessoas de 15 anos ou mais de idade) e a taxa de analfabetismo (9,7%) seguiram em queda na Bahia; 6 em cada 10 pessoas que não sabem ler nem escrever são idosas;
** Na Bahia, 2 em cada 10 pessoas de 15 a 29 anos não estudavam nem trabalhavam em 2024; entre as mulheres, proporção era de 3 em cada 10;
** Essas e outras informações constam do módulo de Educação, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), investigado sempre nos segundos trimestres de cada ano.
Entre 2023 e 2024, a Bahia foi o estado que registrou o maior aumento absoluto no número de estudantes de 15 a 17 anos de idade. Com isso, passou a ter a maior taxa de escolarização (proporção de pessoas que frequentam creche, escola ou universidade) de adolescentes do país: 95,9% deles estavam na escola, o que representava 662 mil estudantes nessa faixa etária.
O número de pessoas de 15 a 17 anos que estudavam na Bahia (662 mil) cresceu 6,6% frente a 2023, o que significou mais 41 mil estudantes em um ano. Foi o maior avanço absoluto entre os estados e o 5º aumento em termos percentuais.
Com isso, a Bahia, que tinha em 2023 a 6ª maior taxa de escolarização na faixa de 15 a 17 anos (92,9%), subiu cinco posições no ranking, superando Rondônia, São Paulo, Santa Catarina, Distrito Federal e Rio de Janeiro e chegando à liderança nacional.
No Brasil como um todo, em 2024, 93,4% das pessoas de 15 a 17 anos de idade frequentavam escola. A taxa também avançou frente a 2023, quando era de 91,9%.
A evolução na taxa de escolarização dos adolescentes de 15 a 17 anos fez da Bahia o estado a chegar mais perto da meta de universalização do atendimento escolar a essa população, prevista no Plano Nacional de Educação (PNE). Instituído em 2014, pela lei nº 13.005, o PNE fixou 20 metas quantitativas e qualitativas para a política educacional brasileira, as quais deveriam ter sido cumpridas, em princípio, até 2024.
Não foi só entre os adolescentes que a frequência à escola aumentou na Bahia. Entre 2023 e 2024, a taxa de escolarização avançou ou ficou estável para quase todos os grupos de idade. Passou de 34,7% para 35,7% entre as crianças de 0 a 3 anos; manteve-se em 99,5% na faixa de 6 a 14 anos; e subiu de 29,9% para 32,4% entre jovens de 18 a 24 anos. Apenas no grupo de 4 a 5 anos houve uma oscilação para baixo, de 95,2% para 94,8%, no período.
Em nenhum desses indicadores, porém, o estado realmente cumpriu as metas do PNE, que são de no mínimo 50% das crianças de 0 a 3 anos na creche; 50% das pessoas de 18 a 24 anos frequentando escola ou universidade; e a universalização do ensino nas faixas de 4 a 5, 6 a 14 anos e 15 a 17 anos.
Na Bahia, 1 em cada 4 estudantes de 15 a 17 anos de idade estava atrasado em 2024, ou seja, ainda não tinha chegado ao Ensino Médio
Apesar de 9 em cada 10 adolescentes baianos de 15 a 17 anos frequentarem escola, uma parte importante deles estavam atrasados, ou seja, ainda não haviam chegado ao Ensino Médio, nível adequado à idade.
Em 2024, na Bahia, 72,2% das pessoas de 15 a 17 anos de idade estavam cursando o Ensino Médio, o que representava 498 mil estudantes “ajustados”. Isso significa que 164 mil estudantes dessa idade, ou 24,7% do total (1 em cada 4) estavam atrasados.
Nesse indicador, chamado de taxa ajustada de frequência escolar líquida (proporção de pessoas estudando no nível adequado à sua idade), o estado ficou bem longe de atingir a meta do Plano Nacional de Educação, que era de pelo menos 85,0% dos estudantes de 15 a 17 anos frequentando o Ensino Médio em 2024.
E, embora a taxa ajustada de frequência líquida à escola para os adolescentes tenha aumentado de forma significativa, na Bahia, frente a 2023 (quando era de 66,4%), ela era apenas a 18ª entre os 27 estados (ou a 10ª mais baixa).
Mato Grosso (83,5%), Ceará (83,4%) e São Paulo (83,0%) tinham as maiores taxas ajustadas de frequência escolar líquida entre os adolescentes de 15 a 17 anos, enquanto Amapá (62,0%), Pará (66,4%) e Acre (66,8%) tinham as menores. No Brasil como um todo, o indicador ficava em 76,7%.
Ainda que em escala bem menor, o atraso escolar também atingia os estudantes de 6 a 14 anos de idade. Entre 2023 e 2024, na Bahia, o percentual dos que cursavam o nível escolar adequado, ou seja, estavam no Ensino Fundamental, teve uma terceira variação negativa consecutiva, passando de 93,7% para 93,5%.
Isso significa dizer que 6,0% dos estudantes baianos de 6 a 14 anos, ou 112 mil em números absolutos, estavam atrasados – ainda não haviam entrado no Ensino Fundamental ou não estavam no ciclo adequado à idade.
Além de a Bahia ter registrado, em 2024, a menor taxa ajustada de frequência escolar líquida para pessoas de 6 a 14 anos, nos sete anos de série histórica da PNAD Contínua, o indicador (93,5%) também ficou abaixo da meta estabelecida pelo PNE, de 95,0% das pessoas de 6 a 14 anos ajustadas em termos de idade/nível de ensino.
No Brasil como um todo, a taxa ajustada de frequência escolar líquida entre pessoas de 6 a 14 anos também diminuiu pelo terceiro ano consecutivo, ficando em 94,5%, em 2024.
Entre os jovens de 18 a 24 anos, por sua vez, houve avanço no ajuste entre idade e nível de ensino frequentado. Na Bahia, a taxa ajustada de frequência escolar líquida para esse grupo, ou seja, a proporção de jovens cursando o Ensino Superior, subiu de 17,1% para 20,2%, entre 2023 e 2024.
Ainda assim, no estado, quase 4 em cada 10 pessoas desse grupo etário que estudavam estavam atrasadas, isto é, ainda não haviam chegado à universidade, em 2024: 37,7%, que representavam 192 mil estudantes.
A proporção de jovens na universidade na Bahia (20,2%) era a 3ª menor entre os estados, só superior às de Alagoas (17,8%) e Maranhão (20,0%). Distrito Federal (44,9%), Paraná (31,9%) e Goiás (31,3%) tinham as maiores proporções. No Brasil, a taxa ajustada de frequência escolar líquida na faixa de 18 a 24 anos era 27,1%.
Média de anos de estudo sobe para 8,9 na Bahia, mas 51,4% dos adultos não concluíram o Ensino Médio, e só 1 em cada 10 tem Ensino Superior completo
Em 2024, a média de anos de estudo das pessoas de 25 anos ou mais de idade voltou a avançar na Bahia, indo a 8,9, após ter ficado estável entre 2022 e 2023 (em 8,6). Chegou perto de representar o Ensino Fundamental completo (que seriam 9 anos de estudo), mas ainda era a 7ª média mais baixa dentre os 27 estados.
No Brasil como um todo, a média de anos de estudo das pessoas de 25 anos ou mais de idade também aumentou entre 2023 e 2024, de 9,9 para 10,1. Era maior no Distrito Federal (12,1, representando o Ensino Médio concluído), Rio de Janeiro (11,2) e em São Paulo (11,0); e menor na Paraíba (8,5), Alagoas (8,5) e Maranhão (8,6).
Na Bahia, as mulheres tinham quase 1 ano a mais de estudo, em média, do que os homens (9,4 frente a 8,5). As pessoas brancas, com 9,5 anos de estudo em média, também tinham vantagem em relação às pretas ou pardas (8,8 anos de estudo), independentemente do gênero.
Apesar dos avanços na escolarização, no ajuste entre idade e nível de ensino frequentado e na média de anos de estudo, em 2024, na Bahia, mais da metade da população adulta (de 25 anos ou mais de idade) não havia completado o Ensino Básico obrigatório por lei, que engloba os níveis Fundamental e Médio.
Essa era a realidade de 51,4% dos adultos no estado (5,021 milhões em números absolutos). Embora tenha se reduzido frente a 2023 (quando era de 53,2%), o percentual, era o 7º mais elevado entre as 27 unidades da Federação e estava acima do registrado no Brasil como um todo (44,0%).
Piauí (57,0%), Paraíba (56,6%) e Alagoas (56,0%) tinham as maiores proporções de pessoas de 25 anos ou mais de idade que não haviam concluído o Ensino Básico. Distrito Federal (26,9%), Rio de Janeiro (34,5%) e São Paulo (35,8%), as menores.
A Bahia também mantinha, em 2024, uma das mais baixas proporções de adultos com Ensino Superior completo. Só 13,6% das pessoas de 25 anos ou mais no estado tinham esse nível de instrução mais alto (1,329 milhão em números absolutos). Esse indicador voltou a crescer em 2024, depois de ter ficado estável em 2022 e 2023 (em 11,9%). Mesmo assim, o percentual de adultos com Ensino Superior completo na Bahia era o 2º menor entre os estados, só acima do registrado no Maranhão (12,5%).
No Brasil como um todo, 20,5% das pessoas de 25 anos ou mais de idade tinham Ensino Superior completo, percentagem que chegava a 38,9% no Distrito Federal, 25,9% em São Paulo e 25,5% no Rio de Janeiro.
Na Bahia, em 2024, a proporção de pessoas com Ensino Superior seguiu maior entre as mulheres (15,9%) do que entre os homens (11,0%). Também mostrou uma desigualdade mais acentuada quando se comparam as pessoas brancas (21,2% tinham Ensino Superior completo) com as pretas ou pardas (11,9% tinham Ensino Superior), independentemente do gênero.
Número de analfabetos e taxa de analfabetismo seguem em queda na Bahia; 6 em cada 10 pessoas que não sabem ler nem escrever são idosas
Em 2024, o número de pessoas analfabetas e a taxa de analfabetismo caíram na Bahia, mostrando um terceiro recuo consecutivo e chegando a seus menores patamares, para o estado, nos oito anos de série histórica da PNADC Educação.
Ainda assim, o estado continuou com o maior número absoluto de analfabetos do país e apresentou a 9ª maior taxa de analfabetismo.
Em 2024, na Bahia, 1,165 milhão de pessoas de 15 anos ou mais de idade não sabiam ler nem escrever um bilhete simples. Frente a 2023, quando eram 1,211 milhão, houve uma queda de 3,8% no número de analfabetos, o que representou menos 46 mil pessoas nessa condição, no período.
A Bahia seguiu com o maior número de analfabetos do país, posto que ocupa ao longo de toda a série histórica da PNADC Educação, iniciada em 2016.
A taxa de analfabetismo baiana ficou em 9,7% em 2024, frente a 10,2% em 2023. Era a 9ª mais elevada do país, melhorando 1 posição frente ao 8º lugar do ano anterior, voltando a ficar abaixo de Pernambuco, num ranking em que os estados do Nordeste ocupam as 9 primeiras posições, liderado por Alagoas (14,3%), Piauí (13,8%) e Paraíba (12,8%).
Distrito Federal (1,8%), Santa Catarina (1,9%) e Rio de Janeiro (2,0%) tinham as menores taxas de analfabetismo, em 2024. No Brasil como um todo, 9,131 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade eram analfabetas, o que equivalia a uma taxa de analfabetismo de 5,3%. Em 2023, esse indicador havia sido de 5,4%.
O Plano Nacional de Educação (PNE) determina, em sua meta 9, que a taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos fosse de 6,5% em 2015 e que tivesse sido zerada em 2024. O objetivo intermediário (6,5%) ainda não foi atingido por 11 dos 27 estados, incluindo os 9 da região Nordeste, mais Acre e Tocantins. A meta final, de erradicação do analfabetismo, não foi cumprida por nenhuma unidade da Federação.
Na Bahia, em 2024, 6 em cada 10 pessoas analfabetas eram idosas (60 anos ou mais de idade): 58,3% ou 679 mil. A participação dos idosos entre os analfabetos cresce ao longo dos anos, no estado, indicando a dimensão do desafio da alfabetização de jovens e adultos.
A taxa de analfabetismo entre os idosos baianos é de 28,4% (ou seja, 3 em cada 10 pessoas de 60 anos ou mais não sabem ler nem escrever), o triplo da verificada para o total da população de 15 anos ou mais (9,7%).
Em 2024, na Bahia, 2 em cada 10 pessoas de 15 a 29 anos não estudavam nem trabalhavam; entre as mulheres, proporção era de 3 em cada 10
Na Bahia, em 2024, 2 em cada 10 pessoas de 15 a 29 anos não estudavam nem estavam ocupadas em trabalho remunerado, situação em que viviam 22,3% da população dessa idade, ou 758 mil pessoas em números absolutos.
Essa proporção diminuiu pelo quarto ano consecutivo (desde 2019): era de 24,4% em 2023, representando 822 mil pessoas de 15 a 29 anos.
Apesar da redução, o percentual baiano, em 2024, ainda superava o do país como um todo (18,5%) e se mantinha como o 11º maior entre os 27 estados .
Acre (30,0%) Alagoas (28,5%) e Maranhão (28,4%) lideravam nesse indicador, enquanto os menores percentuais estavam em Santa Catarina (10,8%), Rio Grande do Sul (13,1%) e Paraná (14,1%).
Na Bahia, a percentagem de pessoas de 15 a 29 anos que não estudavam nem tinham trabalho remunerado não mostrava diferença significativa entre pretos ou pardos (22,3%) e brancos (22,0%), mas a desigualdade por sexo era marcante.
Enquanto 14,3% dos homens jovens estavam nessa situação, a proporção mais que dobrava e ia a 30,0% entre as mulheres.