Chapada Diamantina pretende se tornar uma das principais regiões produtoras de frutas vermelhas do Brasil

Foto: Tiago Dantas.

Com clima favorável, tecnologia em expansão e apoio institucional, a Chapada Diamantina pretende se consolidar como um dos principais polos de produção de frutas vermelhas do Brasil.

Foto: Tiago Dantas.

Para ampliar a escala produtiva e fortalecer a inclusão de pequenos agricultores, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri) realizou visita técnica nesta sexta-feira (31) a unidades de agroindústria em Barra da Estiva e Mucugê, com o objetivo de articular parcerias entre empresas e cooperativas da região.

Durante a agenda, o secretário Pablo Barrozo destacou que o mercado de frutas vermelhas na Bahia tem um potencial extraordinário de crescimento, tanto em volume de produção quanto na geração de empregos.

“Esse avanço só é possível fortalecendo o diálogo, articulando parcerias e projetos que reforçam o trabalho dos produtores da região, sejam pequenos, médios ou grandes”, afirmou.

Foto: Tiago Dantas.

Na primeira parada da visita, em Barra da Estiva, a equipe da Seagri conheceu a estrutura da Peterfrut, empresa com mais de 30 anos de atuação e referência nacional no cultivo de morango.

A companhia adotou o modelo de produção suspensa, que oferece maior produtividade, menor consumo de água e energia, e reduz o custo por quilo produzido.

Em seguida, a comitiva seguiu para Mucugê, onde visitou a Coopchapada.

Com apoio do governo estadual por meio do programa Bahia Produtiva, a cooperativa possui dez anos de atuação e 80 cooperados, e se destaca no processamento de frutas congeladas e polpas.

A unidade tem capacidade para processar até 500 quilos por hora e trabalha com frutas como framboesa e morango.

A estrutura pública, entregue pela gestão atual, representa um marco na articulação público-privada, com potencial para multiplicar em até dez vezes a capacidade atual de beneficiamento.

“A Coopchapada é um exemplo de como o investimento público pode alavancar a produção local, agregando valor e criando oportunidades para os agricultores familiares”, destacou o presidente da cooperativa, Cristiano Rocha.

Modernização da produção

A modernização no cultivo de morangos tem transformado a dinâmica produtiva na Chapada Diamantina.

“A transição da produção de morango no solo para o modelo suspenso é um caminho inevitável, impulsionado por fatores técnicos, econômicos e pelas exigências do mercado”, afirmou o fundador da Peterfrut, Aguilar Peterle.

Foto: Tiago Dantas.

O agrônomo da Seagri, Paulo Sérgio Ramos, disse que uma das estratégias discutidas é a de estruturas coletivas e unidades-piloto que permitam aos pequenos produtores acessar tecnologias como o cultivo suspenso.

“A ideia é encurtar o tempo de transição e mostrar ao agricultor familiar que o modelo suspenso é uma possibilidade mais rentável”, explicou.

Embora sistemas como fertirrigação e estufas exijam investimentos altos, sua adoção pode ser viabilizada por consórcios entre produtores, prefeituras e associações.

“Esses arranjos têm potencial para fortalecer a cadeia produtiva, ampliar a competitividade no mercado e gerar impactos sociais positivos”, acrescentou Ramos.

Fotos: Tiago Dantas / Seagri