Esaú Matos: atendimento a bebês com alta da UTI
Toda criança quando nasce precisa de carinho, atenção e cuidados de saúde para se desenvolver. Mas as crianças que por algum motivo necessitam passar pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) logo após o seu nascimento, precisam de muito mais cuidado. Sensível a esta realidade, em 2011, a Prefeitura de Vitória da Conquista implantou no Hospital Municipal Esaú Matos o ambulatório de follow-up, para o acompanhamento de bebês que receberam alta da UTI, que nasceram com mais de 32 semanas ou não apresentaram comprometimento neurológico acentuado.
Atualmente, 80 pacientes estão sendo acompanhados pela equipe que atua no ambulatório, formada por dois pediatras, uma fisioterapeuta e um fonoaudiólogo. Além de observar o desenvolvimento das crianças, esses profissionais fazem a estimulação precoce delas por meio do método neuroevolutivo de Bobath – metodologia europeia – quando há indicação. “Os bebês passam pelas avaliações dos profissionais do ambulatório que indicam a conduta terapêutica para cada caso”, explicou a coordenadora de Fisioterapia do Esaú Matos, a fisioterapeuta Maria Celene Pires.
Falando sobre a metodologia de Bobath, a também fisioterapeuta Laisla Dutra, destacou que ela áreas do sistema nervoso que não foram lesionadas, estabeleçam novas conexões para que as crianças consigam realizar suas atividades funcionais o mais próximo da realidade. “Nosso trabalho é criar mecanismos através da estimulação para esta criança também possa desenvolver as funções perdidas, como sentar, andar e falar”, esclareceu.
O bebê de Sara Andrade, João Victor, nasceu prematuro e teve hidrocefalia. Desde os cinco meses de vida, ele é acompanhado pelo ambulatório do Hospital Municipal Esaú Matos (administrado pela Fundação de Saúde de Vitória da Conquista) e chega a fazer duas sessões semanais de fisioterapia. “Meu filho nasceu aqui no Esaú, recebeu o atendimento na UTI daqui e hoje, continua sendo acompanhado no Esaú. Isso é muito importante porque nós estabelecemos uma relação de confiança com o hospital e vemos, a cada dia, a sua evolução”, salientou.
O atendimento ambulatorial tem início com a alta da criança da UTI e pode durar, no máximo, até a criança completar 18 meses de vida. Ele é realizado cinco turnos por semana.
Acompanhamento estendido – Os prematuros extremos, aqueles nascidos abaixo de 32 semanas, os bebês com a saúde considerada de alto risco ou com sério comprometimento neurológico, que recebem alta da UTI são encaminhadas para o Centro Municipal de Reabilitação Física (Cemerf). “No Cemerf, esta criança contará com uma equipe multiprofissional – formada por neuropediatra, pediatra, psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, assistente social, enfermeiro – que vai acompanhá-la até a fase adulta, quando necessário”, explicou Maria Celene.