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Escola Afro-brasileira Maria Felipa realiza campanha “Adote Um Educando”

É Ubuntu. “Eu sou porque nós somos”. Imagem divulgação. Foto: Nti Uirá. Texto Rafael Brito.
Nsanga Comunicação

Projeto busca viabilizar a manutenção de bolsas estudantis na instituição para crianças pretas e indígenas em situação de vulnerabilidade social

A luta antirracista é coletiva.

Assim sendo, a Escola Afro-brasileira Maria Felipa tem buscado oportunizar um ensino emancipador para crianças negras e/ou indígenas em situação de vulnerabilidade social.

É Ubuntu. “Eu sou porque nós somos”.

Portanto, a partir desta filosofia de origem africana, que traz a percepção de que nos humanizamos por meio da conexão e relação com o outro, que a Escola realiza a ação de responsabilidade social “Adote um Educando”, projeto permanente que busca mobilizar a todo e qualquer cidadão para doação de valores para a manutenção de bolsas estudantis.

Com efeito, atualmente, cerca de 30 crianças pretas e indígenas são atendidas pelos editais de bolsas estudantis e pelo Adote um Educando.

Seleção de mais crianças

Para o ano letivo de 2025, a Escola selecionou mais seis crianças.

Inegavelmente, as contribuições não só custeiam a mensalidade, mas permitem a manutenção destas crianças na Instituição.

Enfim, oferecendo kits pedagógicos, materiais didáticos, atividades oferecidas extra classe gratuita, passeios e acolhimento psicológico.

Adote Um Educando

O Adote Um Educando é uma ação de responsabilidade social que precisa da colaboração de todes para garantir uma educação ancestral e que valoriza as culturas afro-brasileiras e indígenas.

As contribuições podem ser feitas mensalmente, através do site da campanha:

 https://www.catarse.me/adote_umx_educandx_maria_felipa_ae78#about

Porém, a partir de R$5 (cinco reais), por meio de cartão de crédito ou débito, PIX e transferências bancárias.

É Ubuntu. “Eu sou porque nós somos”. Imagem divulgação. Foto: Dante Vicenzo. Texto Rafael Brito.
Nsanga Comunicação

Como resultado, através do Adote Um Educando, a Escola Afro-brasileira Maria Felipa pretende ser instrumento transformador na memória de nossas crianças.

Educação trilíngue

Ademais, ao oferecer uma educação afroreferenciada, trilíngue (português, libras e inglês) e com um corpo docente diverso.

Afinal, uma ação que busca alcançar a família como um todo, acolhendo-as e transformando-as na trajetória das crianças contempladas, ao trabalhar a identidade em comunidade. 

“Somos uma instituição privada e nossa mensalidade acaba atingindo grupos sociais privilegiados.

Porém, para alcançarmos crianças pretas e indígenas, moradoras de bairros periféricos e desassistidas de políticas públicas de Educação do Estado, desenvolve-se o Adote um Educando.

Mas, para que isso tenha uma amplitude maior, precisamos que a sociedade se mobilize junto conosco”, pontua Maju Passos, ao acrescentar que o “Adote um Educando” é um projeto que tem por finalidade a equidade social. 

A Escola

Localizada em Salvador, na Rua Comendador José Alves Ferreira, no bairro do Garcia, a Escola Afro-brasileira Maria Felipa foi criada em 2017 pela Bárbara Carine – mulher preta cis, escritora afrodiaspórica, militante e doutora em ensino, filosofia e história das ciências -, no processo de adoção de sua filha Iana, uma criança negra.

Ensino antirracista

Nesse sentido, buscava uma metodologia de ensino antirracista, afroafetiva e que valoriza as culturas africanas e indígenas. Não achou, criou a Maria Felipa.

Transformando sonhos em realidade. Maju Passos e Bárbara Carine. Foto Nti Uirá. Texto Rafael Brito.
Nsanga Comunicação

Atualmente, a Instituição em Salvador tem a empresária Maju Passos como sócia e, em 2025, terá uma nova unidade na cidade do Rio de Janeiro, em que se soma ao quadro de sócias, a atriz Leandra Leal.

Transformando sonhos em realidade

A Escola é um projeto que transforma sonho em realidade e constrói uma nova página na história do país ao oferecer às nossas crianças um espaço escolar que resgata os conhecimentos ancestrais combatendo o eurocentrismo e a colonialidade do ser, do poder e do saber, inovando a educação com uma metodologia decolonial e afrocentrada.

Ao se comprometer com a valorização da herança africana e indígena na sociedade brasileira, a Escola Afro-brasileira Maria Felipa se enquadra nas leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que torna obrigatório o Ensino das histórias e culturas afro-indígenas.

Público alvo

“Diretamente, estamos nos comprometendo a combater um problema social, que é o racismo.

A Maria Felipa é uma escola para todos – crianças pretas, indígenas, brancas, entre outras.

Abraçamos a diversidade dos corpos”, descreve Passos. 

“É importante pontuar que, os corpos pretos e famílias negras tem a humanidade destituída ao vivenciar uma educação eurocêntrica nos espaços escolares.

Por isso, oferecemos uma educação emancipadora.

Queremos que todas as crianças que estudam aqui cresçam afirmando a coroa que carregam em suas cabeças”, destaca Bárbara Carine.

Servidores

Através da Secretaria Municipal de Gestão (SEMGE), a Maria Felipa também está disponibilizando de bolsas de estudos para os filhos e outros dependentes de servidores/empregados públicos, no valor de 15%.

A parceria, que ocorre através do Programa de Bolsas Estudantis (PBE), da Prefeitura de Salvador, irá possibilitar aos pais descontos em todas as mensalidades.

Para este processo, os servidores já podem consultar o edital de matrículas a ser disponibilizado pela SEMGE (link – https://drive.google.com/file/d/1r-LdvRgyw1d-G-VRZhIFSw7nao0fQLPK/view?usp=drivesdk). 

Matrículas abertas

A Escola Afro-brasileira Maria Felipa está com as matrículas abertas para o ano letivo de 2025, para todas as turmas de ensino infantil e fundamental.

Cada turma é nomeada por um reino/império africano que norteará os estudos dos grupos, sendo eles, Império Inca (G2 – 02 anos), Reino Daomé (G3 – 03 anos ), Império Maia (G4 – 04 anos), Império Ashanti (G5 – 05 anos) e Reino de Mali (1° ano fundamental), entre outras. 

Atividades didáticas

Dentro da sua metodologia, a Escola desenvolve uma série de outras atividades didática-pedagógicas afroreferenciadas, como “Afrotech – Feira de Ciência Africana e Afrodiáspórica”, “Mariscada – Mostra artístico-cultural decolonial”, “Formatura no Quilombo”, “Decolônia de Férias” (ações durante o período de férias escolares), “Festival artístico educacional Avante Maria Felipa” e alguns outros.