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Escola SESI utiliza metodologias ativas para fomentar novos saberes e postura cidadã

Metodologias ativas para fomentar novos saberes e postura cidadã. Texto e foto: Ascom FIEB.

Consciência Negra: Projetos desenvolvidos nas Escola SESI utilizam metodologias ativas para fomentar novos saberes e postura cidadã.

Desmistificar o aprendizado da matemática, trazendo uma leitura afrodiaspórica, por meio de metodologias ativas e sustentáveis, para tornar a disciplina mais acessível.

Foi assim que, durante três meses, a professora Vanessa Balbina desenvolveu um projeto transformador com alunos do 1º ano do Ensino Médio da Escola SESI Djalma Pessoa, em Salvador.

Por meio de jogos, atividades e referências sobre o desenvolvimento da matemática, até então desconhecidas dos estudantes, ela realizou a iniciativa pedagógica “Aquilombando diversas formas e espaços para o ensino de matemática, dentro e fora do ambiente escolar”.

Assim sendo, envolveu inovação, ludicidade e até Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, com a utilização da reciclagem.

O projeto foi um dos vencedores do Seminário de Boas Práticas 2024, que analisou 127 projetos inscritos das 12 unidades da Escola SESI e dos polos de EJA da Bahia.

“Além de fazer do aprendizado algo com mais sentido para os alunos, eles aprenderam que outras culturas desenvolveram o ensino de matemática, mas houve um processo de apagamento.

Quisemos mostrar que a matemática eurocêntrica não está acima de outras”, conta a professora.

Portanto, construiu materiais com os estudantes a partir de recursos como a Geometria Sona, de origem africana, e jogo Mancala, conhecido como o xadrez do Oriente, por exemplo.

Tendo como eixos a Lei 10.639/23, que incluiu na escolaridade a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e a matriz curricular da Rede SESI de Educação, que tem na Robótica e na cultura Steam bases de metodologias ativas de aprendizagem, Vanessa Balbina propôs um trabalho de descolonização e decolonialidade da matemática.

“O projeto envolve essas ramificações: o cumprimento da Lei, a base curricular da instituição, o movimento da desconstrução negativa da matemática e a ação contrária ao que é imposto, disseminando novas formas de aprender matemática”, explica a educadora.

Antirracista

Outro trabalho vencedor do Boas Práticas 2024 foi o “Sala Maker como Tribunal: O Júri Simulado como ferramenta disruptiva para discutir Racismo e Escravidão Moderna”, desenvolvido pelos professores Sabrina Barros, de Língua Portuguesa, e Diego Marques, de História, da Escola SESI Anísio Teixeira, em Vitória da Conquista.

Com o objetivo de abordar temas como racismo e trabalho análogo à escravidão, estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental, organizados em papéis de advogados e jurados, discutiram casos de discriminação e trabalho forçado, inspirados tanto em eventos reais quanto em situações fictícias.

Para tanto, houve uma etapa anterior de preparação, em que eles estudaram documentos normativos, casos históricos e contemporâneos, fizeram estudo de filmes e livros, e estruturaram argumentos.

“A metodologia foi concebida para que os alunos desenvolvam habilidades como argumentação, análise crítica e compreensão de textos legais, utilizando uma estrutura e recurso jurídicos para fundamentar seus posicionamentos”, explicou a professora Sabrina Barros.

A prática culminou em uma simulação de tribunal, com a presença de um advogado criminal “exercendo” o papel de juiz, onde os alunos aplicaram seus conhecimentos e debateram os temas de maneira crítica.

“O resultado foi muito interessante e a resposta dos estudantes e de suas famílias foi bastante positiva”, revela a educadora.

“Abordar esses temas e em todo o programa curricular e não apenas em um momento do ano é significativo para a construção de uma sociedade mais justa, mais equitativa, de valorização própria e do outro, auto reconhecimento e uma crença que podemos evoluir como humanos”, afirma a superintendente executiva de Educação e Cultura do SESI Bahia, Clessia Lobo.