Especialista alerta para os cuidados diante do aumento de acidentes com escorpiões

Texto e imagem: Assessoria de imprensa – Anhanguera.Deiwerson Damasceno e Carolina Pinho

Com a chegada do verão, é comum observar um aumento nos casos de acidentes com escorpiões.

Esse fenômeno ocorre devido a uma série de fatores que favorecem a proliferação e a atividade desses aracnídeos Escorpiões são animais de sangue frio e, portanto, são mais ativos em temperaturas mais altas.

O verão traz ainda chuvas que aumentam a umidade, criando ambientes propícios para os escorpiões. Com o calor, eles procuram abrigo em locais frescos e úmidos, muitas vezes invadindo residências.

Além disso, durante as épocas mais quentes, há um aumento na população de insetos, que são a principal fonte de alimento dos escorpiões.

De acordo com o Ministério da Saúde já foram registrados em 2025, o total de 182.970 notificações de picadas do inseto em todo o país, sendo 67% desses casos somente em áreas urbanas.

No estado, dados recentes do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia (CIATox/BA) confirmam que foram registrados 9.495 casos somente no primeiro semestre do ano.

Os acidentes com escorpiões representam 71,5% das notificações envolvendo animais peçonhentos no estado. Só em 2024 a Bahia teve mais de 24 mil casos.
 

De acordo com a coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Unime Anhanguera, Kelly Sampaio, a gravidade das picadas de escorpião pode variar, e os sintomas podem incluir dor intensa, inchaço, náusea, vômito, sudorese e, em casos mais graves, acometimentos cardiorrespiratórios. Portanto, é essencial buscar atendimento médico o mais rápido possível.
 

“As maiores vítimas de morte por picadas de escorpião são crianças com idade inferior a 10 anos, segundo dados do Ministério da Saúde.

Por possuírem um sistema imunológico ainda em desenvolvimento, os pequenos se tornam mais suscetíveis aos efeitos do veneno do aracnídeo.

Além disso, normalmente, as crianças podem brincar em locais onde os animais podem se esconder, como embaixo de móveis, caixas e outros objetos”, alerta a especialista.

Em caso de emergência, é importante contatar o SAMU pelo número 192 ou o Corpo de Bombeiros pelo 193.

O CIATox, Centro de Informação e Assistência Toxicológica, contém médicos e enfermeiros que orientam vítimas de acidentes com animais peçonhentos.

O número é 0800-644-6774.
 

Kelly Sampaio dá algumas dicas de medidas preventivas. Confira:

  • Limpeza e organização: Mantenha sua casa e quintal limpos e organizados. Escorpiões se escondem em entulhos, pilhas de madeira, roupas sujas e bagunça.
  • Vedação: Certifique-se de que portas e janelas tenham telas em boas condições e de que não haja frestas ou buracos por onde escorpiões possam entrar.
  • Uso de repelentes: Aplique repelentes de escorpiões em áreas onde eles possam se esconder, como rodapés e ralos, além de vedá-los.
  • Calçados e roupas: Use sapatos e roupas adequadas ao caminhar em áreas onde escorpiões possam estar presentes. Antes de usar qualquer sapato, certifique-se de que ele não seja esconderijo de escorpiões. Afaste do contato com o chão, cobertas e lençóis, pois o mesmo pode subir na cama.

O que fazer caso seja picado:

  • Procure assistência médica: Leve a vítima imediatamente a um hospital ou posto de saúde. Os médicos podem administrar tratamento específico, como soro antiescorpiônico, se necessário.
  • Lave a área: Lave a área da picada com água e sabão suavemente.
  • Mantenha a calma: Mantenha a pessoa calma e imobilize a área afetada, se possível.
  • Não corte ou sugue a picada: Não tente cortar a área da picada ou sugar o veneno, pois isso pode piorar a situação.
  • Aplique compressas frias: Aplique compressas frias na área da picada para aliviar a dor e reduzir o inchaço.
  • Eleve a área afetada: Se a picada for em uma extremidade, eleve-a levemente para ajudar a reduzir o inchaço.
  • Procure assistência médica: Leve a vítima imediatamente a um hospital ou posto de saúde. Os médicos podem administrar tratamento específico, como soro antiescorpiônico, se necessário.

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, os escorpiões de importância em saúde pública são as seguintes espécies do gênero Tityus:

  • Escorpião-amarelo (T. serrulatus) – com ampla distribuição em todas as macrorregiões do país, representa a espécie de maior preocupação em função do maior potencial de gravidade do envenenamento e pela expansão em sua distribuição geográfica no país, facilitada por sua reprodução partenogenética e fácil adaptação ao meio urbano. Escorpião-marrom (T. bahiensis) – encontrado na Bahia e regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
  • Escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus) – Também apresenta reprodução do tipo partenogenética. É a espécie mais comum no Nordeste, apresentando alguns registros nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
  • Escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus) – Principal causadora de acidentes e óbitos na região Norte e no Estado de Mato Grosso.