Festival FADA completa 25 anos com presença de ator baiano

O espetáculo ‘Como não matar nossos artistas no quintal de casa!’ propõe uma reflexão urgente sobre a presença do artista em tempos de apagamento simbólico e literal. Crédito: Neuber Ramos/ Festival FADA. Fonte: Débora do Carmo.

Festival FADA completa 25 anos com festival e presença do ator portossegurense Robson Vieira

No último final de semana de novembro, a cidade de Três Marias (MG) comemorou os 25 anos da Fundação Sálua Daura de Arte e Cultura (FADA), com o Festival FADA.

O artista, diretor e pesquisador portossegurense Robson Vieira, foi uma das atrações do Festival FADA.
Crédito: Neuber Ramos/ Festival FADA. Fonte: Débora do Carmo.

Entre os convidados, o artista, diretor e pesquisador portossegurense – de coração – Robson Vieira, que se apresentou com o trabalho em processo ‘Como não matar nossos artistas no quintal de casa!’.

Com a performance, que propõe uma reflexão urgente sobre a presença do artista em tempos de apagamento simbólico e literal, a peça costura relatos, imagens, objetos e presenças para construir um experimento cênico que também se traduz em ato político.

A obra homenageia artistas que foram silenciados pela violência e pela negligência, ao mesmo tempo em que reivindica o direito à criação, à memória e à liberdade de expressão.

Interações

Além da peça, Robson também ministrou a oficina de audiovisual ‘Interações entre Teatro e Audiovisual’ voltada à exploração das fronteiras entre corpo, imagem e cena, propondo aos participantes, reflexões e práticas sobre as relações entre linguagem teatral e os dispositivos audiovisuais com suporte na criação de trabalhos autorais.

O artista revelou que o evento foi uma experiência muito boa e o pontapé para o início de circulação em diversas cidades, começando pelo interior da Bahia, discutindo sobre essa questão do artista, o trabalho do artista, e tentando construir uma nova relação das pessoas com o artista em relação ao seu trabalho, que muitas vezes é rechaçado.

“É também uma forma de explicar e de valorizar a produção de arte.

A emoção tomou uma dimensão ao expor o caso da palhaça assassinada.

É mais um sorriso morto no Brasil. E dos tantos casos aos quais a sociedade ataca os artistas em momentos que mais precisa, como foi na pandemia.

Nós, artistas, trabalhamos em prol da saúde mental das pessoas, e não só nós: a ciência, a medicina e a saúde foram atacadas”, ressaltou.

Formação

Robson, revelou também que foi muito importante fazer parte da rede de formação desse festival que tem como premissa formar e informar pessoas sobre a função que o artista desempenha na sociedade.

“A apresentação teve um retorno super interessante tanto da plateia, como da coordenação do festival.

E eu acredito que agora o espetáculo ganhou força, ganhou vida e o Norte agora é circular com ele em 2026, continuando o processo de criação, já que ele se faz contínuo”, finalizou.

‘Como não matar nossos artistas no quintal de casa!’ têm direção de Eloisa Dominici e Robson Vieira, dramaturgia por Éder Rodrigues e Robson Vieira, produção de A Patela e interpretação de Robson Vieira.

O espetáculo conta com o apoio do Centro de Cultura de Porto Seguro, Clube da Amizade, Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e TV Porto.