FLIRCONTAS reúne 5 mil pessoas em Rio de Contas: literatura, música e tradição

Texto e imagem: VOAH COMUNICAÇÃO. Marcela Souza e Michelle Matos

A primeira edição do Festival Literário da cidade-mãe da Chapada Diamantina celebrou 302 anos do município com grandes nomes da cultura, homenagens a lideranças tradicionais e intercâmbio entre comunidades da região.

A cidade-mãe da Chapada Diamantina presenteou toda a região com um evento que reuniu cultura, tradição e muita troca de conhecimentos para fechar o mês de novembro, quando Rio de Contas celebrou seus 302 anos de história. 

Texto e imagem: VOAH COMUNICAÇÃO. Marcela Souza e Michelle Matos

Entre os últimos dias 27 e 29, a cidade recebeu gente de todo o estado para o Primeiro Festival Literário de Rio de Contas (FLIRCONTAS), com uma circulação de cerca de 5 mil pessoas que prestigiaram artistas, autores e lideranças comunitárias. 

Durante os três dias de festival, o público participou de mesas de conversa com autores  locais e também conhecidos nacionalmente, como Ryane Leão e Jean Wyllys, que foi surpreendido ao final de sua participação pela intervenção de uma espectadora: “Sua fala chacoalhou meu cérebro”, expressou a participante após um profundo diálogo proposto pelo convidado. 

Música

A programação da primeira edição do FLIRCONTAS teve a participação de grandes artistas locais, como o grupo Afrosamba, a banda 4Ns e o grupo Yayá Massemba.

O festival ainda teve apresentações do Olodum, que fez a força da sua percussão ecoar para além dos limites do município, e de Carlinhos Brown, que compartilhou as impressões que teve por meio de sua participação: “Ele é importante, porque ele é memória. E memória, junto à tradição, torna-se responsabilidade.

O FLIRCONTAS tem algo especial que eu vi em poucos festivais, o que eu vi aqui foram pessoas reescrevendo novas páginas, apresentando esse livro vivo que é essa cidade”, refletiu. 

Atrações e homenageados

O festival contou ainda com oficinas artísticas e pedagógicas, apresentações teatrais, contações de histórias, mostras de audiovisual, lançamentos e distribuição de livros, cortejos com escolas, e vivências culturais e educativas voltadas ao diálogo com a literatura, o meio ambiente e a diversidade cultural.

Texto e imagem: VOAH COMUNICAÇÃO. Marcela Souza e Michelle Matos

Também fizeram parte da programação o Flircontinhas, espaço dedicado ao público infantil, o FlirRua, programa para as juventudes, e o FlirCine, evento para os amantes do audiovisual.

Com o tema central “Palavra ancestral: vozes e saberes dos povos tradicionais”, a primeira edição do Festival homenageou  três figuras fundamentais para a história e a identidade do território da Chapada Diamantina: Maria Brandão dos Reis, Carmo Joaquim da Silva e Laurindo Regis.

Lideranças de Rio de Contas, Maria Brandão dos Reis foi uma personagem marcante nas lutas sociais, Carmo Joaquim da Silva é um militante quilombola reconhecido nacionalmente e Laurindo Regis tem destacada atuação pelos direitos dos povos originários.

Participação popular 

O festival se destacou ainda pela grande participação popular de residentes para a sua realização, de acordo com Ana Rosa, diretora de Cultura de Rio de Contas: “Os estudantes estavam envolvidos em todo o processo, tanto infantil, jovem, maternal, adolescente, estudantes do IFBA, universidades. Então, a gente teve uma presença gigante e diversa de povos e de atrações.

Foi riquíssimo o nosso evento, foi um marco para Rio de Contas e pra esse macroterritório ter uma feira literária desse tamanho, dessa dimensão”.

Elaine Novais, coordenadora de Turismo de Rio de Contas, já trabalha para que uma segunda edição aconteça: “O sucesso desta primeira edição reforça nosso compromisso.

Já estamos trabalhando para o próximo FLIRCONTAS, com novo tema, novos homenageados e ainda mais potência.

Esta edição inaugural não apenas entra para a história, como nos impulsiona a seguir construindo, com ainda mais força, um festival que celebra identidade, memória, literatura e pertencimento”.

O FLIRCONTAS é uma realização da Associação Resistência Negra e Quilombola, do Ponto de Cultura Oásis (Pontão Tecendo Redes), da Prefeitura Municipal de Rio de Contas e do Ministério do Turismo, com parceria do Governo do Estado da Bahia, por meio da Fundação Pedro Calmon e do projeto Bahia Literária.

Conta ainda com o apoio das Secretarias Estaduais de Turismo, Educação e Cultura, do IPHAN, da PNAB e do Comitê de Cultura vinculado ao Ministério da Cultura.