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Guerra Digital: OAB convida

Eleições éticas dependem de mobilizações como as responsáveis pelo Ficha Limpa e as que cobram mudanças no financiamento de campanha e menos jogo sujo na internet.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) está convidando candidatos à Presidência da República, representantes de partidos políticos e de provedores de internet para um acordo que contenha a guerra suja nas redes sociais motivada pela campanha eleitoral. A intenção é boa, mas o maior efeito do encontro marcado para terça-feira, em Brasília, será fazer um alerta para os usuários não se deixarem levar pela propaganda enganosa e pela difusão de acusações falsas e maldosas. O melhor que se pode fazer é colocar as pessoas sensatas a serviço de uma cultura de responsabilidade que resulte em maturidade digital, garantindo resultados mais eficientes com oportunidades oferecidas pelas novas tecnologias.

Legalmente, o uso da internet para propaganda política estaria liberado apenas no dia 6 de julho, depois de encerrado o prazo de pedido de registro de candidatos à Justiça Eleitoral. Há alguns meses, porém, multiplicam-se casos de propaganda virtual, valendo-se sobretudo de redes sociais, que ampliaram consideravelmente o número de usuá- rios desde a última eleição presidencial. Os problemas, porém, não estão na publicidade explícita, e sim nos casos dúbios e, principalmente, nos relacionados a um lado perverso dos internautas: o de valer-se do anonimato para disseminar informações claramente forjadas com o objetivo de favorecer ou prejudicar um determinado candidato.

Diante dos orçamentos cada vez mais elevados das campanhas eleitorais no Brasil, uma das muitas vantagens oferecidas pela internet é a de contribuir para a redução dos gastos. Além disso, permite contato instantâneo com os eleitores, fazendo com que praticamente todos os candidatos em busca de votos se disponham a explorá-la ao máximo neste ano. A questão, num território livre como a rede, é que se pode no máximo evitar os excessos cometidos tanto pelos próprios candidatos quanto por suas assessorias e mesmo simpatizantes.

Eleições éticas dependem de mobilizações como as responsáveis pelo Ficha Limpa e as que cobram mudanças no financiamento de campanha e menos jogo sujo na internet. Por isso, iniciativas bem-vindas como o pacto pretendido pela OAB precisam apelar acima de tudo ao bom senso dos usuários das redes, para que não se deixem enganar, nem contribuam com a difusão de calúnias e injúrias.

Fernanda F. é estudante de DireitoGraduanda em Direito, Mestre em Hospitalidade, Pós Graduada em Gestão de Empresas, Bacharel em Aviação Civil. Adoro viajar, aprender novos idiomas, apaixonada por rock and roll, fã dos Guns N’ Roses. Meu sonho é morar em uma livraria! Louca por aviões!