Ministério da Saúde estuda trazer médicos estrangeiros para o Brasil
Ministro da Saúde planeja programas específicos que autorizem o médico a atuar exclusivamente na área de carência de profissionais, na periferia das grandes cidades e nos municípios do interior.
O Ministério da Saúde está analisando formas de trazer médicos estrangeiros para preencher vagas em regiões brasileiras em que faltam profissionais.
Em Imperatriz, no Maranhão, há três anos a prefeitura não consegue um pediatra para chefiar a UTI infantil. Salário atual: R$ 30 mil.
O governo tem um programa para tentar fixar médicos no interior do país. Mais de 13 mil vagas. Preencheu apenas quatro mil. Salário, R$ 8 mil.
Agora, para resolver o problema o governo defende a importação de médicos. Trazer profissionais de outros países. Que trabalhariam por um período limitado e apenas nas regiões mais carentes. Periferias e no interior do país. As negociações com a Espanha, segundo o Ministério da Saúde, já começaram, mas o governo quer também que Portugal mande médicos para cá.
Resolveria, também, o problema da falta de empregos por lá. Por causa da crise econômica. E para realmente atraí-los o governo admite até dispensar os médicos do revalida, a prova obrigatória para o exercício da medicina no Brasil. Mas ficaria livre da prova apenas o médico que concordar em ir para as regiões carentes. O Conselho Federal de Medicina até concorda com a importação, mas não abre mão do revalida.
“É um exame que as pessoas podem acreditar. Que o médico que passar nele está apto a exercer a medicina no Brasil. Todos os países sérios fazem provas”, disse o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto Luiz D´Avila.
Os Estados Unidos tem um teste. A Inglaterra também. Um exame que prova que o médico tem qualificações e que sabe se comunicar na língua local.
O ministro Alexandre Padilha explicou que a validação do diploma não será automática, estuda uma avaliação específica para esses casos. Segundo Padilha, a prova tradicional permite que um médico trabalhe onde quiser. Exatamente o que o governo não quer.
“Nós temos um foco muito claro, que é ter programas específicos que autorize o médico exclusivamente a atuar na área de carência de profissionais, na periferia das grandes cidades e nos municípios do interior”, explicou o ministro Alexandre Padilha.