Natal da Cidade: público prestigia mega evento
São variados os objetivos de quem vai à Praça Barão do Rio Branco para acompanhar a programação musical
Morando em Vitória da Conquista há seis meses, vinda de Belo Horizonte, a turismóloga Luciana Cotrim levou a mãe, Clélia, à Praça Barão do Rio Branco na noite de quarta-feira, 18, para assistir ao show do ídolo, Erasmo Carlos. O “Tremendão” se apresentou na abertura da programação musical do Natal da Cidade. Segundo Clélia, o fascínio pelo “Tremendão” existe desde que ela era criança. No entanto, ela nunca havia tido a oportunidade de ir a um show do artista. Há menos de um ano na cidade, já pôde realizar esse sonho, e sem ter de pagar ingresso por isso. “Achei legal. Vim passear e, agora, encontrá-lo pela primeira vez”, disse.
Luciana afirmou ter-se surpreendido com o Natal da Cidade. “Achei muito interessante, principalmente pelo fato de ser gratuito e de dar oportunidade às pessoas de conhecerem tão bons artistas, como Erasmo Carlos. Achei fantástico”, disse. Embora tenha reconhecido o talento de Erasmo, ela não deixou dúvidas quanto à atração que mais lhe despertou a atenção. E, para isso, recorre às origens geográficas. “Como sou mineira, sou suspeita para falar. Milton Nascimento é a minha maior expectativa”, reconheceu. “Já estive em outros shows dele, e acho que ele vai fazer um grande show aqui. E também gosto de Maria Gadú, que ainda não tive a oportunidade de ver”.
‘A iniciativa da Prefeitura enriquece muito a gente’
Juntos há oito anos, o designer Erick Chaves e a auxiliar administrativa Élica Cardoso foram conhecer o Natal da Cidade na noite de quarta, 18. Mas o casal não se limitou aos grandes shows da Praça Barão do Rio Branco. Antes disso, eles visitaram o Memorial do Reisado e puderam ver as manifestações da cultura local que estão registradas e homenageadas ali.
“A iniciativa da Prefeitura, de trazer música popular brasileira para a cidade, enriquece muito a gente. Mas ela também dá valor à cultura popular da nossa cidade”, comentou Erick, lembrando-se do que viu por lá. “Estive na parte de cima da praça, acompanhando os ternos de reis e o coral. São apresentações muito bonitas, também”, citou o designer.
Élica elogiou o caráter democrático do evento: “A pessoa que não tem condições de pagar para ir a um show, pode vir e assistir aqui, com todo mundo”. Por outro lado, ela também fez comentários positivos sobre a valorização de manifestações culturais tradicionais, como os ternos de reis. “Nasci em cidade pequena e cresci com isso. É ótimo trazer isso para que todo mundo tenha conhecimento dessa cultura tão antiga, e ainda mais as crianças”, disse Élica, que nasceu em Divisópolis e cresceu em Vila do Café, ambos os municípios localizados no norte de Minas Gerais.
‘Vendendo balas, a gente ganha uma renda a mais’
Além de lazer e cultura, o Natal da Cidade também oferece condições para que as pessoas possam trabalhar e incrementar suas rendas de alguma forma. O “baleiro” Otaviano Oliveira, por exemplo, conhece bem o potencial comercial desse tipo de festividade. Trabalha no ramo há cerca de dez anos. Já está habituado a eventos do tipo em Vitória da Conquista – desde as festas fechadas até as públicas e gratuitas, como o Natal da Cidade e o Forró Pé de Serra do Periperi, promovidas pela Prefeitura Municipal. Ele comercializa doces em geral.
“É bom para a gente, porque, vendendo balas, a gente ganha uma renda a mais. É uma forma de sobreviver”, disse o comerciante, que mora em Barra Nova, distrito do município de Barra do Choça. Enquanto percorre a Praça Barão do Rio Branco, em busca de clientes, Otaviano se permite curtir a programação musical – como na noite de quarta, quando disse ter interesse pelo show de Erasmo Carlos: “Gosto das músicas dele”.