Trote da UESB vai ao Ministério Público: caso de polícia
Uma estudante de Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste (Uesb), campus de Vitória da Conquista, diz ter sido obrigada a por na boca testículos e pênis de boi durante trote feito por colegas da instituição. A Polícia Civil está investigando a denúncia ao Ministério Público, feita pela jovem de 22 anos, que é natural de Brumado e que prefere não ser identificada. O caso ocorreu na última sexta-feira (4).
De acordo com depoimento da aluna ao MP, ela estava na segunda semana de aula do 1º semestre quando foi pressionada junto com outros colegas a participar da atividade, mesmo após ter dito que era alérgica. A garota e os demais calouros também foram colocados para andar de “elefantinho”, brincadeira em que as pessoas ficam de mãos dadas uns com os outros ora por debaixo das pernas, e bochechar a mistura de “mata bicheira”, produto usado em bovinos, e urina de animal. A estudante teve reações alérgicas e chegou a desmaiar.
Ela foi levada para a enfermaria da universidade, onde teria recebido apenas café e biscoito. A estudante é acompanhada pela Comissão de Direitos da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Para a advogada da jovem, Michelly Leão, pode ter ocorrido no caso “lesão corporal, estupro por ato diverso de conjunção carnal e tentativa de homicídio doloso, por dolo eventual, porque sabiam que ela tinha alergia e a colocaram para bochechar com mata bicheira”. A Uesb pode responder por omissão de socorro, segundo a defensora.
A assessoria de comunicação da universidade informou que analisa o caso internamente, mas não poderia se pronunciar porque o reitor está em viagem. A delegada responsável pelo caso, Tânia Silveira Santana Santos, espera a chegada do ofício da promotoria para abrir as investigações. O documento não foi enviado na segunda (6) devido à paralisação de 24h dos policiais civis. Os trotes são proibidos na Uesb desde setembro de 2008.