Webber garante feito inédito na F1 com rodízio de vencedores

Webber se tornou o sexto piloto diferente a vencer em seis provas da F1 em 2012. Foto: Reuters

Webber se tornou o sexto piloto diferente a vencer em seis provas da F1 em 2012 – Foto: Reuters

A vitória do australiano Mark Webber, da Red Bull, em prova de final emocionante em Mônaco neste domingo determinou uma marca inédita na Fórmula 1, que chega à sua 63ª temporada em 2012: seis pilotos diferentes – de cinco distintas escuderias – venceram as seis primeiras etapas da temporada, estabelecendo um rodízio de campeões de etapa que deixa o campeonato cada vez mais emocionante.

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A temporada começou com vitória de Jenson Button, da McLaren, no GP da Austrália, seguindo-se pelo triunfo de Fernando Alonso, da Ferrari, na Malásia. Na china, Nico Rosberg, da Mercedes, conseguiu sua primeira vitória na Fórmula 1. O atual bicampeão Sebastian Vettel, da Red Bull, desencantou no Bahrein, enquanto que na Espanha o venezuelano Pastor Maldonado surpreendeu e levou o prêmio com sua Williams.

Se era o objetivo da FIA deixar o campeonato mais emocionante depois de Sebastian Vettel conquistar o bicampeonato com quatro provas de antecedência em 2011, o sucesso é praticamente uma certeza. A variação decorre por conta de erros dos corredores, mas também por alterações de estratégia diante do alto desgaste dos pneus. Pilotos vencedores terminam sem pontuar apenas uma etapa mais tarde, como aconteceu com Pastor Maldonado neste domingo.

Apenas uma escuderia conseguiu chegar ao lugar mais alto do pódio em duas oportunidades: a Red Bull, com sua dupla de pilotos. Isso dá ao time a liderança do campeonato de construtores, com 146 pontos, à frente da McLaren, com 108 pontos, e da Ferrari, que soma 86. A equipe italiana, no entanto, tem o líder da competição de pilotos: Fernando Alonso.

Campeão em 2005 e 2006, Alonso chegou aos 63 pontos com o terceiro lugar em Mônaco, ultrapassando Sebastian Vettel, que agora está empatado em segundo lugar com Mark Webber: ambos têm 73. A disputa entre os pilotos da Red Bull, muito acirrada e polêmica em 2010, pode voltar com toda força para as próximas provas. Bruno Senna é o melhor brasileiro, em 13° com 15 pontos. Massa é o 14°, com 10 pontos.

Finalmente, Felipe Massa conseguiu um bom final de semana na Fórmula 1. Em Mônaco, o piloto foi bem durante os treinos livres e se classificou no grid com uma boa sétima colocação. Fechou a prova no sexto lugar, dentro da zona de pontuação e com seu melhor resultado de 2012. Apesar disso, mantém uma “interrogação na cabeça” para as próximas etapas.

Felipe Massa em sexto

“Continua uma interrogação na minha cabeça. A ideia é andar em diferentes circuitos, com diferentes condições, para depois de algumas corridas ver que o resultado melhorou. Aí você pode ter certeza que as coisas melhoraram”, disse Massa, após fechar o GP de Mônaco neste domingo. O ceticismo diz respeito aos problemas enfrentados na Ferrari em 2012, o que tem aumentado a pressão e as especulações sobre sua possível saída.

Até a etapa em Monte Carlo, Massa tinha como melhor resultado um 9º lugar no Bahrein, na única vez em que pontuou. O brasileiro foi 15º na Espanha e na Malásia, e 13° na China. Na primeira prova da temporada, na Austrália, abandonou antes do final. Em Mônaco, encontrou dificuldade no grande tráfego, sem espaço para ultrapassagens por conta das características do circuito de rua.

“Foi uma boa corrida. Foi uma pena ter saído (dos boxes) atrás do Vettel e do Hamilton, com quem dava para brigar”, lamentou. “Mas é bom voltar a fazer pontos, a fazer uma corrida sólida. Isso valeu, e vamos tentar manter daqui para frente. O trabalho é para isso, e não para encerrar as provas com problemas. Hoje (domingo) não tivemos nenhum. Poderia ter terminado duas posições à frente, mas valeu a corrida”, continuou.

Felipe Massa chegou a atacar Lewis Hamilton, mas não conseguiu brecha e não contou com erros do inglês para fazer a ultrapassagem. “A maior parte da corrida você está atrás de alguém, e nisso você não sabe direito como está o seu ritmo. Meu ritmo estava bom, era o que tinha que ser durante a corrida inteira”, complementou o brasileiro, 14º colocado no campeonato de pilotos, com 10 pontos.

Bruno Sena

Depois de largar na 13ª colocação, o piloto brasileiro Bruno Senna conseguiu pontuar em mais uma corrida ao chegar em 10º lugar no GP de Mônaco de Fórmula 1, sexta etapa da temporada, disputado neste domingo. Apesar disso, ele teve muito a lamentar: sofreu com o tráfego de carros mais lentos em um traçado particularmente “chato”, sem espaço para ultrapassagens, o que prejudicou um desempenho melhor.

 “Foi um pouco frustrante porque eu estava atrás do Kimi (Raikkonen) o tempo todo. Ele era muito lento, mas eu não tinha o que fazer. Tentei fazer ele errar, ele errou mas é difícil ultrapassar aqui”, lamentou o brasileiro, em Monte Carlo. “Mas terminamos bem a corrida, que é o importante. Conquistamos pontos”, acrescentou.

Com a 10ª colocação, ele chega aos 15 pontos ganhos no campeonato de pilotos, na 13ª colocação. Raikkonen acabou causando grande dor de cabeça ao piloto: durante a primeira metade da prova, o finlandês chegou a segurar cinco carros por conta do baixo desempenho de sua Lotus. “A corrida aqui é sempre chata. O único jeito de ultrapassar é fazer errar”, apontou.

A estratégia nos boxes também complicou um pouco a situação, segundo Bruno Senna. “Vi que os carros da frente começaram a sofrer mais com os pneus, e comecei a chegar. Quando consegui, aí começou aquele bolo. Paramos em uma volta ruim. Se tivesse parado uma depois, talvez teria sido melhor”, analisou o piloto.