Sebrae aproxima empresários de regiões diferentes
Brasília – Desde 2005, o Sebrae desenvolve o projeto Comércio Brasil, que promove aproximação comercial entre micro e pequenas empresas (MPE) de regiões diferentes, que dificilmente se conheceriam e fechariam negócios sem apoio. Há quatro anos, Evandro Alves da Silva fabrica etiquetas em Cianorte, cidade de 70 mil habitantes no norte do Paraná. Com apoio da instituição, sua empresa, a Etex, conseguiu negócios com o Nordeste
A cada mês, os 25 funcionários de Evandro produzem cerca de 1 milhão de etiquetas de papel e de tecido, vendidas no município, conhecido pela grande quantidade de empresas do ramo têxtil. A expansão para o resto do estado e pelo sul do país é difícil em função da concorrência acirrada até com fabricantes de outras regiões brasileiras.
Apesar disso, desde o ano passado, Evandro vende suas etiquetas a confecções de Pernambuco e da Bahia, localizados a mais de 2,5 mil km de Cianorte. A comercialização para os dois estados nordestinos já corresponde a 10% das vendas da Etex e em 2012 deve chegar à metade do faturamento.
Os negócios entre Evandro e os empresários que se tornaram representantes da Etex no Nordeste só foram possíveis pela intermediação do Sebrae. Para mim seria difícil até mesmo vender a outras cidades da região Sul, imagina para o Nordeste. Nossa empresa se destaca por apresentar um diferencial. Mas por conta própria, sem a ajuda do Sebrae, esse contrato nunca existiria, assinala.
Estratégia de distribuição
De 2005 a 2010, a atuação do Sebrae representou um incremento ao caixa dos participantes do projeto de cerca de R$ 142 milhões, segundo levantamento da instituição. Somente no ano passado, foram negociados R$ 51 milhões em função do Comércio Brasil. Um total de 680 empresas vendeu seus produtos a comerciantes de outros locais do país em 2010. Uma das formas de aproximar os empreendedores é por meio da participação em feiras e eventos.
O empresário pode ter o melhor produto, mas se não possuir uma estratégia de distribuição nem uma abordagem correta do mercado, sua competitividade ficará comprometida, explica o diretor-técnico do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos. Para ele, o Comércio Brasil possibilita que as MPE superem as fragilidades típicas do acesso ao mercado. Os agentes que fazem o elo entre as micro e pequenas empresas e os distribuidores identificam os obstáculos e orientam os empresários sobre os diferenciais necessários ao melhor desempenho e resultado dos seus negócios, assinala.
Feira
De 8 a 11 de agosto, o Sebrae irá apresentar produtos de 79 MPE de diferentes pontos do país para grandes distribuidores e atacadistas que vão participar da 31ª Feira e Convenção Anual do Comércio Atacadista Distribuidor e Sweet Brazil International. O evento será realizado em Olinda (PE). A participação na edição de 2010 da feira, em Curitiba, rendeu negócios da ordem de R$ 703 mil às empresas levadas pelo Sebrae.
O estande de 220 m² do Sebrae vai expor produtos de dez unidades da federação Tocantins, Rondônia, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Santa Catarina, Distrito Federal, Pará, Ceará e Pernambuco. Entre os produtos apresentados estarão alimentos e bebidas, cosméticos, leite e derivados, artesanato, apicultura e indústria gráfica. Os agentes de mercado serão autorizados a apresentarem as mercadorias a representantes comerciais, distribuidores e atacadistas participantes da feira. Posteriormente, os interessados entram em contato com os próprios empresários e fecham os contratos.
A Rede Nacional Comércio Brasil é um produto do Sebrae com a finalidade de buscar novas oportunidades de negócios e aproximar comercialmente micro e pequenas empresas. O projeto foi desenvolvido em 2005 após a identificação das dificuldades que impediam a expansão desses empreendimentos. Em um primeiro momento, o Sebrae identifica se o produto oferecido está adequado às exigências de mercado, como rotulagem e embalagem. Depois, ajusta os que estão inadequados e ajuda os empresários a se inserirem no mercado em diferentes regiões do país.