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Crime organizado e armas brancas colocam Nordeste no ranking da violência

Relatório da ONU conclui que a redução no número de armas de fogo em circulação não está diretamente relacionada à diminuição de homicídios

Região mais violenta do país e com as maiores taxas de homicídios, conforme o Mapa da Violência deste ano, o Nordeste é onde há menos armas de fogo em circulação.

Agora, o mais abrangente levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre homicídios concluiu que não há relação direta entre o número de armas de fogo em circulação e o número de homicídios.

O relatório do estudo, denominado “Global Study on Homicide”, feito pelo UNODC, escritório da ONU responsável pelo combate às drogas e ao crime organizado, considera que a desigualdade econômica e o crime organizado são os principais responsáveis pelo aumento da violência no Brasil.

“É a primeira vez que um documento oficial das Nações Unidas reconhece inexistir comprovação científica de que a redução na quantidade de armas em circulação possa reduzir a criminalidade, fato que, até então vinha, equivocadamente, sendo considerado como verdade absoluta”, afirma Bene Barbosa, especialista em segurança pública e presidente da ONG Movimento Viva Brasil.

Outro fato que deve ser considerado é o uso de armas brancas. Para o pesquisador em segurança e diretor da ONG Movimento Viva Brasil, Fabrício Rebelo, as armas de fogo não representam a maior ameaça para o aumento da violência.  “Ao contrário do que muitos pensam, os crimes ocorridos por facadas, pauladas, pedradas e afins crescem mais do que os cometidos com armas de fogo. O relatório da ONU também evidencia isso”.

Na opinião de Rebelo, os assassinatos praticados não são decorrentes de uma violência generalizada, mas de atividades criminosas. “Essas mortes são fruto da ação de criminosos ligados ao tráfico de drogas e à corrupção, e não de qualquer outra causa social. Enquanto não se admitir que o crime organizado é o principal responsável pelas mortes violentas no Brasil, continuaremos  liderando o ranking”, afirma .

Bene Barbosa também não crê que as armas de fogo estejam diretamente relacionadas aos índices de homicídio: “O fato é que quem mata é criminoso e a redução das mortes por arma de fogo não implica na redução nos índices gerais de homicídio”.

De acordo com os especialistas, assim como relatórios antigos pautaram as campanhas governamentais, o estudo divulgado pela ONU pode redirecionar as políticas de segurança. “É preciso que todos façam uma reflexão e não defendam a tese do desarmamento apenas por uma questão ideológica”, conclui Rebelo.

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