Monitores conquistenses aderem a paralisação

Por reconhecimento, valorização e melhores condições de trabalho. Esse é o lema do movimento que será realizado pelos Profissionais da Educação da rede municipal de ensino de Vitória da Conquista, que atuam na função de monitor, nos dias 15, 16 e 17 de março. A decisão foi tomada em assembleia realizada no Centro Integrado de Educação Navarro de Brito.

Na discussão realizada em assembleia, os monitores abordaram o fato de estarem sendo permanentemente ameaçados pela Secretaria Municipal de Educação, que não os reconhece como profissionais da educação e não aceitam que participem das atividades promovidas pelo SIMMP. Mesmo com a Constituição Federal assegurando que é direito do trabalhador decidir em qual sindicato queira estar associado.

GEDSC DIGITAL CAMERA

Presidente do SIMMP-Geanne Oliveira

“Os monitores deram hoje uma demonstração de consciência política, quando repelem as ameaças da prefeitura de Vitória da Conquista, que quer dar falta e inibi-los de participar das assembleias, que é direito de todo trabalhador. Está no artigo oitavo da Constituição, escolher que entidade o representa e participar das mobilizações. Então, nós votamos aqui a adesão ao movimento nacional, encabeçado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e, efetivamente, estaremos utilizando esses dias para chamar a cidade a fazer uma reflexão sobre os maus tratos que vem passando os Profissionais da Educação”, afirmou a presidente, Geanne Oliveira.

Além disso, mesmo exercendo uma função tão importante para a educação, tais profissionais trabalham em condições precárias e não são devidamente valorizados. Os monitores atuam com alunos da educação infantil, exercendo atividade pedagógica. Entretanto, possuem uma jornada extensa de trabalho, as creches não são devidamente estruturadas e os materiais são escassos.

Como se não bastasse, não existe sequer a intenção do governo de elaborar um plano de carreira para o grupo, instrumento que oferece ao trabalhador o suporte e condições necessárias de desenvolvimento profissional. Por esse motivo, este ano o SIMMP levantou a bandeira em prol da carreira dos monitores.

GEDSC DIGITAL CAMERA

Monitora Joseane Santos

“Eu peço aos colegas valorizem o sindicato, porque eu vi a garra com que a diretoria e toda a comissão nos defendeu na mesa de negociação com o governo”, afirmou Joseane Santos, representante dos grupo na comissão de negociação da campanha salarial.

A adesão à paralisação foi aprovada por unanimidade pelos monitores, que farão manifestações durante os três dias.

Para Ilvanete Santos, da creche Vivendo e Aprendendo, esse movimento será fundamental para que todos entendam a necessidade de reconhecimento do monitor. “Nós precisamos ser reconhecidos como Profissionais da Educação, sobretudo pela SMED, até porque, nós temos relatório para fazer, caderneta para preencher, tudo o que é função de professor eles mandam para que a gente também faça, no entanto, não nos reconhece como profissionais da educação”, desabafou.

Também a monitora Isaura Cristina Costa, da creche Vivendo e Aprendendo, afirmou-se entusiasmada com participação e empenho da categoria. “Hoje, eu vi muitas falas interessantes, de pessoas que estão dispostas a lutar. Nós temos mesmo que estar fortes e unidos nesses dias três dias, que é em prol da nossa valorização. O monitor está na sala de aula, mas não é reconhecido pelo trabalho que desenvolve e é um trabalho suado. Então, nós precisamos mostrar a nossa cara para a sociedade para que ela também entenda as nossas necessidades”.

A agenda de atividades que serão desenvolvidas nos três dias está sendo organizada pelo sindicato e, em breve, será divulgada.