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Nilson Lattari escreve a crônica da semana: Ingratidão!

Foto de Dmitry Ganin na Unsplash

Ao contrário da gratidão, a ingratidão é um defeito.

Ela revela, antes de tudo, um sinal de fraqueza e de submissão ao ato contrário de outro.

Contabilizamos a ingratidão como a atitude que alguém toma diante de ato solidário de alguém.

Ao ser grato, o ser humano pratica um ato de solidariedade espontâneo, sincero de que o outro atuou de maneira a que ele pudesse se sentir bem no mundo.

É uma capacidade extrema demonstrar que alguém nos foi útil, benevolente, compreensivo e parte do fundo do coração de quem ajuda o outro.

Mais do que um sorriso, o homem grato demonstra que a humanidade pode conviver se ajudando, se protegendo e demonstrando confiança no futuro.

O futuro é uma incógnita.

E ninguém sabe o que pode acontecer, o que pode nos acontecer e dependemos dos outros para continuar a viver.

A vida é uma consequência de atitudes boas e más que vai nos transformando e com ela vamos adquirindo conhecimento.

Propagar o ato de ser grato aos que nos ajudam, e até mesmo às circunstâncias de boa sorte que sopram um vento bom para o nosso lado, é uma corrente do bem que beneficia a todos.

Este ato não é gratuito, apesar da proximidade das palavras, mas espontâneo, revelando um ato de amor, antes de tudo.

Gratidão lembra gratuidade, a atitude sem a espera de retorno por quem pratica.

E quem recebe a gratidão e a tem sem recompensa reverbera que, no futuro, uma situação adversa nos coloque na posição do benevolente.

E a lembrança do que recebemos, ou mesmo do que esperamos receber, que não seja um ato de reciprocidade, pode vir de alguém ou, simplesmente, a atmosfera ou a aura que nos envolvem ao praticar o ato que nos beneficia.

De uma certa maneira, praticar atos esperando benefícios é uma ação de troca de bens.

Mas ser grato não espera a gratidão.

Por outro lado, o ato de ser ingrato revela uma atitude impensada.

Muitos são ingratos e nem têm a noção disso.

Não se incomodam com a tristeza e a decepção do outro que poderia esperar uma retribuição, ou ao menos poderia esperar uma atitude de respeito.

Mas o ingrato revela a fraqueza do espírito, a falta de compreensão em ser humano e participar de uma humanidade.

O ingrato não é um ser ignóbil, ele é um ser inexistente.

Ele segue no seu egoísmo e acha que ser assim é demonstrar que é forte o suficiente para superar obstáculos.

O ingrato não reconhece o esforço do outro, mas apenas enxerga que a sua força está em ignorar o mundo e se importar apenas com ele.

Um ingrato não faz esforço para sê-lo.

Ninguém fabrica o ingrato ao contrário daquele que beneficia alguém.

Ninguém admite que tomou uma atitude de ingratidão porque quis.

O ingrato sempre acha que tem razão. Apesar de a ingratidão não ter razão nenhuma para existir.

A ingratidão dissemina o descrédito na humanidade.

É quando não reconhece o grato como o professor que ensina e abraça aqueles que não têm nada a ensinar.

CRESOL