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Obesidade infantil: podemos mudar realidade com informação

Criatividade, disciplina e prevenção as alternativas mais eficazes para combater esse mal

Até o fim deste ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a quantidade de crianças com menos de cinco anos que terão sobrepeso ou obesidade vai ultrapassar 42 milhões em todo o mundo. E no Brasil? O excesso de peso entre os pequenos, crianças de 5 a 9 anos, foi o que mais chamou a atenção do Ministério da Saúde: 35% dos meninos e 32% das meninas estão acima do peso. Nas duas últimas décadas, a obesidade entre crianças de 5 a 9 anos saltou de 4,1% para 16,6% entre os meninos e de 2,4% para 11,8% entre as meninas. Mais de 500 mil estão no nível mais grave de obesidade. Entre os adolescentes, o excesso de peso passou de 3,7% para 21,7% nas últimas quatro décadas. E 136 mil adolescentes estão na mesma situação. Em consequência, muitas doenças que eram exclusivas de adultos, hoje, já afetam os alunos do ensino fundamental. Embora alarmantes essas informações, até agora, não foram capazes de sensibilizar os pais. Portanto, daqui a alguns anos, teremos mais jovens e adultos obesos, entre os quais muitos com problemas comportamentais e psicológicos, diabetes, patologias cardiovasculares etc. Apesar dos fatores hereditários, estudos também revelam que a maioria dos casos de obesidade está ligada a hábitos alimentares indevidos e sedentarismo.

Mas o que fazer se mudar a alimentação parece tão difícil? É preciso conscientizar tanto as crianças quanto os adultos que a prática de exercícios físicos aliada à alimentação equilibrada é fundamental para a boa saúde.

Segundo o Dr Fábio Cardoso especialista em medicina preventiva, como resultado da obesidade infantil, os profissionais da saúde observam um aumento na incidência de doenças que tradicionalmente dos adultos e idosos, por exemplo, diabetes tipo 2, colesterol elevado, hipertensão, doenças cardiovasculares, apneia do sono e problemas ortopédicos, entre outras. E ainda podemos levar em conta também os problemas psicossociais, como baixa autoestima, bullying podem sim causar danos irreversíveis nestas crianças. Existe agora uma geração que pode não viver tanto quanto os pais. É a primeira vez na história da humanidade, algo lamentável.

Dilema multifatorial

Sobrepeso e obesidade são causados pelo desbalanço onde calorias são consumidas em excesso em relação aos gastos durante o dia. Este excesso leva ao aumento da “estocagem” de gordura no corpo. Um estilo de vida sedentário contribui para o problema, particularmente com o aumento do lazer “tecnológico” (TV, videogames, computadores) e cada vez menos realizando atividades que as manteriam “em movimento”. E isto ocorre também na escola. Exercício físico tem sido frequentemente sacrificado para dar conta de toda a “informação que é imputada em nossas crianças, pois elas têm que ser preparadas para a vida adulta. Curioso é que temos diversos estudos científicos que balizam que crianças que são mais ativas fisicamente (e não precisam ser prodígios de atletas) têm uma performance melhor na vida acadêmica.

Também em nossas comunidades, nossas cidades, elas não são construídas para a recreação. Há frequentemente uma falta de playgrounds, parques e quadras poliesportivas seguras, e até nos falta calçadas em boas condições, e o que diremos de ciclovias, quase inexistentes.

E finalmente, nossas crianças consomem alimentos que são cheios de calorias, mas muito pobres em nutrientes. Muito destes alimentos contêm menos minerais, vitaminas e proteínas, e podem carregar um conteúdo de gordura elevado.

Já segundo Lidiane Barbosa culinarista funcional que define como sua missão de vida fazer com que cada vez mais famílias mudem seus pratos, seus sabores, seus paladares e seus saberes em relação ao alimento.  Tem muita gente há muito tempo que vem se alimentando muito mal e morrendo pela boca e sem nem se quer se dar conta disso.

Seu trabalho consiste também de certa forma na reeducação das famílias, a cada dia que passa o número de mães que a procuravam tem o objetivo de trazer mais saúde para vida de seus filhos, preocupadas com o futuro deles aumenta mais ainda é muito pouco diante todo esse universo  “Preocupados em nutrir seus filhos e não simplesmente dar um prato de comida, os pais passaram a ficar atentos ao que colocam em suas dispensas e geladeiras. Porque vamos combinar, criança não vai sozinha ao supermercado, não tem o poder de decisão e nem paga conta. Se hoje existe uma porcaria alimentar em sua dispensa, não foi seu filho quem escolheu. Sim as crianças tem vontades, assim como nós adultos mas cabe a nós oferecermos dentro de suas vontades as opções mais saudáveis e pasmem mais saborosas. Não consigo entender como somos bombardeados diariamente com programa de tvs, comerciais, anúncios, de crianças felizes ao ingerirem doces açucarados e coloridos lotados de gorduras ruins que são verdadeiros venenos para nossa vida, ao invés de ensinarmos desde cedo aos pequenos que podemos sim comer bolos, biscoitos e muitas guloseimas de uma forma natural e saudável ” desabafa a culinarista.

“Comer sempre os mesmo alimentos não é saudável. Há risco de deficiências nutricionais, mesmo que sejam alimentos saudáveis. É papel importante sim da família propiciar e estimular a experimentação dos alimentos, para que se evite vícios alimentares. Quanto mais restrita, maiores os riscos.” Alerta Fábio. Segundo o médico a prevenção é a melhor alternativa sempre. Veja abaixo algumas dicas :

1-   E aqui vai uma regra de ouro: EDUCAÇÃO É EXEMPLO. Como cobrar hábitos saudáveis dos filhos se não temos? Eduque pelo exemplo, pois um estilo de vida saudável deve ser vivido em casa, para ser replicado no futuro. Pais com sobrepeso ou obesos, geralmente têm filhos com os mesmos problemas;

2-   O lazer “tecnológico” deve ser restringido para não mais que 2 horas; irá começar a sobreviver tempo para se movimentar;

3-   A criança deve ter o sono preservado, de 8-9 horas por dia. O sono é vital para renovar e reparar o corpo, e até combatendo a obesidade. Sabia que gastamos mais energia dormindo do que assistindo TV?

4-   Atividade física tem um efeito positivo na saúde e é um componente essencial na prevenção e tratamento do sobrepeso e obesidade. Exercício físico pode reduzir a pressão arterial e os níveis de colesterol, diminuir a deposição de gordura e ajuda no controle do peso. Ele também é importante para desenvolver o sistema cardiovascular e respiratório, aumenta a densidade óssea, e aumenta a saúde muscular. Assim como os adultos, as crianças devem ser ativas em todos os dias da semana, e segundo dados, são necessárias 2 horas por dia, realizadas em períodos, ou de forma contínua. E existem várias formas de fazer as crianças, e até seus familiares se manterem em movimento: caminhar, dançar, brincar no playground, andar de bicicleta, pular corda, praticar um esporte, andar de skate ou patins. As famílias deveriam estimular, fazendo atividades de lazer envolvendo caminhadas, passeios em parques e playgrounds, nadando, navegando, fazendo trilhas. E em casa? Podemos envolver as crianças nas atividades diárias, sob supervisão claro, como limpeza, cozinhar, lavar o carro, passear com o cachorro, entre outros.

5-   Pra quem já está acima do peso, medidas dietéticas são realizadas sob supervisão de profissional, mas a regra aqui vale sempre: elas necessitam reduzir a ingesta calórica diária, mas manter ou melhorar a ingesta de nutrientes (são coisas diferentes, as pessoas confundem). Fazer dieta não é comer pouco, é comer correto. Mas como fazer: escolha alimentos saudáveis, como frutas, legumes verduras ( melhor orgânicos, mas o importante é consumir, fazendo a higienização correta destes), cereais integrais com boa concentração de fibras, e carnes magras. E diversidade, sempre! Divida as refeições pelo dia, e fuja dos alimentos prontos.

6-   Hidratação. Sabia que nosso corpo confunde sede com fome? Aprenda a hidratar teu filho. Água ainda é o melhor, 25-30ml por kg dia é um bom começo.

E como fazer com que as crianças passem a se interessar pelo saudável, segundo Lidiane devemos sim oferecer sempre frutas, verduras aos pequenos , mas podemos usar nossa criatividade e conhecimento na elaboração dos pratos.  Dá para ser saudável e gostoso.  Com técnicas inovadoras, ela encontra alternativas para criação de receitas que se adaptam ás necessidades dos clientes.  Ela ensina hambúrguer funcional, com abobrinha, cenoura e linhaça, batata palha feita de batata doce assada, brigadeiro funcional, sem açúcar e gordura, com biomassa de banana verde e chocolate 70%.  Erra quem acredita que essas delícias são feitas para tentar enrolar as crianças, uma das dicas da culinarista é trazer as crianças para participar da elaboração dos pratos sempre que possível e suas filhas são exemplo de como cozinhar saudável pode ser uma diversão.